De todo modo, sei apenas que em 2007 eu continuarei a precisar de muito açúçar pra enfeitar, afinal, esta merda de vida brasileira.
sábado, dezembro 30, 2006
2006 já é mesmo uma velha história.
De todo modo, sei apenas que em 2007 eu continuarei a precisar de muito açúçar pra enfeitar, afinal, esta merda de vida brasileira.
sexta-feira, dezembro 29, 2006
Pra encerrar o papo, neste longo e desajeitado ano.
49
quinta-feira, dezembro 28, 2006
Nenhuma justificativa.
Justificativas.
Redefinição e 2007.
Este blog, afinal, me serve como um diário. E assim continuará. Mas algumas novas medidas serão tomadas, para que eu mesmo não me encha com essa coisa toda. Pra começar, haverá a participação de mais gente. Seja na escolha dos vídeos, seja na sugestão de imagens. Farei também uma seção de entrevistas semanais e sugestões de filmes que passarão em algum canal de tv a cabo. Quando há seções definidas, mais facilmente encontro as palavras.
Assim eu gostaria de ter 2007. Mais gente. Mais novidades. Mais mundos se colidindo. Ando meio farto de mim, como sou. Foram dois anos longe dos palcos, dos ensaios, das broncas de algum lunático diretor, longe das platéias pequenas e das conversas na pastelaria, na frente do teatro.
E mais me entristece a distância dos estudos. Preciso logo de outra faculdade que preencha o meu tempo, com novos assuntos e teorias. Assim eu quero o blog. Como quero este novo ano, mais inteligente e criativo. Que não seja apenas um eterno remexer num mesmo balaio. Vez ou outra a repetição de um mesmo manjar nos irrita.
quarta-feira, dezembro 27, 2006
Nova cara.
50
A arte tem disso. Move-nos. Chegamos a não notar, visto que as exigências neuróticas da vida não nos permite. Mas quando ouvimos uma música que nos marca ou nos lambe os ouvidos, mudamos. Eu creio que até minhas pupilas cresçam, as mãos se molhem e a percepção de tudo acaba diferente.
A 50ª colocada, afinal, é daquelas canções de me fazer lembrar de uns tempos bem divertidos. Eu e outros malucos íamos a tudo o que é apresentação de Os Incríveis. Nos becos menos prováveis. Era começo dos anos 90. Eu cheguei ao disparate de conseguir, três vezes, os autógrafos de toda a banda. Mas que há? São músicos maravilhosos! O baterista Netinho, o baixista Nenê e o hoje falecido saxofonista Manito assinaram a capa de um raro disco que tenho. E deles é Minha Oração, primorosa versão de My Prayer. Uma canção que sempre me comove, a começar pelo pescoço: a minha cabeça sempre balança. E eu sempre acabo sorrindo.
terça-feira, dezembro 26, 2006
Irresistível.
Inútil retrospectiva. Inútil perspectiva.
Caso alguém se interesse, estou a ler Pinóquio, de Carlo Collodi. Em alguns dias, farei alguma vaga observação. Por ora, ouçamos outra boa coisa que havia na discoteca de meu pai: The Archies, com Sugar Sugar.
Outra.
Tom Jones ocupado.
Pra começar, a obra-prima da descontração, Raindrops keep falling on my head, dos elegantes compositores Hal David e Burt Bacharach, na interpretação devida, com BJ Thomas, outro sujeito que conheci pela discoteca de meu pai.
segunda-feira, dezembro 25, 2006
51
O humor de hoje é bem comportado, respeitante aos sabores do capital e da publicidade. Puro entretenimento. Personagens, em geral, mal vestidos. Atualmente, o humor televisivo se salva graças ao talento de grandes atores, como Marco Nanini e Pedro Cardoso. Tudo anda mesmo muito chato nesta arte de fazer os entediados rirem.
A tal música, ocupante da 51ª colocação entre as cem prediletas deste sujeito, afinal, me lembra de um tempo e de um cinismo bem diferente do que hoje há. Hoje apenas há um simulacro.
Hollywood
Ói nós aqui
Ói nós aqui
Hollywood fica
Ali bem perto
Só não vê quem
Tem um olho aberto
Ói nós aqui
Ói nós aqui
Hollywood
É um sonho de cenário
Vi um pau-de-arara
Milionário
E eu que nem sonhava
Conhecer o tal recife
Pobre saltimbanco
Trapalhão
Hoje sou mocinho
Sou vizinho do xerife
Dou rabo-de-arraia
Em tubarão
Ói nós aqui
Ói nós aqui
Tem de tudo
Nessa hollywood
Vi um índio
Cheio de saúde
Ói nós aqui
Ói nós aqui
How do you do
Caruaru
I wanna see
Piripipi
Ói nós aqui
Ói nós aqui
Ói nós aqui
Camelôs, malucos
E engraxates
Aproveitem enquanto
O sonho é grátis
Quem há de negar
Que é bom dançar
Que a vida é bela
Neste fabuloso xanadu
Eu só tenho medo
De amanhã cair da tela
E acordar
Em nova iguaçu
Ói nós aqui
Ói nós aqui
How do you do
Banabuiú
I wanna buy
O paraguai
Hollywood
And me
Ói nós aqui (vixe!)
(Chico Buarque)
domingo, dezembro 24, 2006
Só por hoje.
Apaixonado que sou por canções natalinas, não obstante as filosofias todas, postarei uma seleção das melhores que houver por aqui, na minha longa discoteca. Mas não agora. Em fevereiro ou março. Ou quando não houver mais resquícios de Papai Noel nas lojas da cidade.
Presente.
Mas Tom Jones tem repertório e voz para merecer um vice-reinado entre os "cantores que cantam, dançam e gravam pérolas suicidas e pancadas entorta quadris". Abaixo, dois clássicos do pop, com It's Not Usual e She's a Lady. Obras-primas da animação humana. O ser humano às vezes fica bem animado.
Crônica Dominical
Permitam-me uma rápida digressão: comprar presentes é um dos grandes dilemas masculinos. Mulheres, em geral, gostam de bolsas, sapatos e perfumes. Ora! como nos é difícil escolher entre tantas coisas absolutamente iguais. E tem a tal da grana... tudo que nos parece bom é sempre caro! E ainda há a tal relação de medidas... Tudo é por demais subjetivo nesse mundo de agradar com objetos. Freqüentemente tenho me dado bem nesta arte. Mas jamais dou algo que também não agrade também a mim, nem que eu considere menor. Quando dou um DVD ou CD, o faço com o coração partido, tomado de certa inveja, pensando no presente que gostaria de ter comigo. Mas é até bom que seja assim.
... e velharias havia em algumas lojas ocultas, brechós e sebos empoeirados. E naqueles tempos, os sebos andavam mesmo mais empoeirados. Encontramos uma pulseira, levemente enferrujada e um anel sem pedra. Por algo que hoje seriam uns dez reais, tínhamos uma maltratada bijouteria. Limpamos a peça com vinagre e pasta de dente e embrulhamos com um bom celofane. O plano era de alguma maneira perfeito. E a moça, acostumada a certo luxo, não era frívola ou estúpida. Não gostaria, é bem certo, de um presente qualquer, dado sem interesse...
Outra rápida digressão: em geral, os presentes são péssimos. Ganhamos uma porção de coisas que não nos agrada. Sobretudo porque a maioria nem faz mesmo uma reflexão muito profunda sobre os nossos gostos. Dão, com doses altas de automatismo. Vivo a ganhar camisetas cor-de-abóbora e azul bebê quando o planeta todo sabe que eu somente gosto de camisetas brancas, absolutamente brancas. Hoje talvez seja o dia de eu abrir um pacote e... Ora, estou sendo ingrato. Tudo será bem aceito.
...entregou-lhe o presente, pouco antes da meia-noite. Disse-lhe palavras belas, juras e elogios. Estavam sós. Ela lhe dava um suéter - roupa de homem sério, conforme o imaginário lógico feminino. Ele segurou a respiração por uns segundos, deixou-se levar por uma emoção fingida e real, teve os olhos a beirar o vermelho e lançou, convincente: "minha vó deixou-me este presente... esta jóia que foi dela, quando casou-se com... o meu avô. Eu prometi a ela que a daria a mulher que eu amasse um dia... E me amasse tanto... E veria esta jóia, velha, que possui muito mais que noventa anos... que a veria como a prova de amor sincero e forte".
A moça recusou o presente. Por considerá-lo muito nobre ou prova de tamanho carinho, que ela mesma não merecia, por não ter no peito o mesmo tamanho amor. Disse-lhe ainda que ela estava apenas a procurar por uma relação que fosse boa, mas que não fosse a última. Ou algo parecido. Meu constrangido amigo não quis divagar sobre o acontecido. Balbuciou a palavra "vaca" diversas vezes e considerou, afinal, que a moça não merecia mesmo tão nobre presente.
Uns anos depois achou quem o aceitasse. E acabou casado.
sábado, dezembro 23, 2006
Ignore o Natal.
Grande bagunça em todo lugar. Gente se esbarra, lojas lucram, dinheiro se ganha e se gasta. Muita grana. Época de se festejar a boa sorte, afinal estamos todos ainda vivos. Sobreviver é o melhor motivo. Que comemorem então e comam um bom panetone. Eu, cá no meu canto, continuo sem entender esse ritual que reúne muita gente, mesmo os mais lúcidos da espécie.
52
Abertura da primeira série animada do mais carismático personagem de Stan Lee, o tema talvez tenha sido o meu "primeiro" jazz. Clássico pra dançar e ouvir, lembrando-se ou não das agrugas de Peter Parker.
Spider-man Theme
Spider-man, Spider-man, does whatever a spider can,
Spins a web, sweet surprize, catches thieves just like flies,
Look out... here comes the Spider-man
Is he strong? Listen bud; he's got radioactive blood.
Can he swing from a thread take a look over head.
Hey man, there goes the Spider-man.
In the chill of the night at the scene of a crime,
Like a streak of light he arrives just in time.
Spider-man, Spider-man friendly neighborhood Spider-man,
Wealth and fame he's ignored, action is his reward.
To him, life is a great big bang up,
wherever there's a hang up, you'll find the Spider-man!
sexta-feira, dezembro 22, 2006
Sucesso.
Sucesso mesmo fez este vídeo. Salvo engano, em 1984. Pessoas dançavam, imitando os gestos e a coreografia, em festas por todo o canto. Em verdade, pessoas chegavam a se vestir como Jackson. Acho que foi o exato momento em que a cultura POP encontrou o seu ocaso.
O Escritório, segunda parte.
Há alguns dias, escrevi uma crônica sobre o desarranjo do meu escritório, lugar em que penso pensar na coisas, tento escrever e compor meus versos e vejo uma porção de filmes, entre outras boas coisas. Estava um caos - um tanto imaginável a todos vocês, leitores limpos e organizados. Estava vergonhoso. Mas depois de alguns dias de férias e pouco gasto, tudo está como há meses não estava.
Este é o resultado do rápido esvaziamento - a distância do emprego e dos devaneios do sr. diretor, a distância daqueles trens, a ausência daquele eterno acordar cedo. Agora, longa é a tarde, entre muitos goles de café e os mesmos cigarros. Muita preguiça e sede.
quinta-feira, dezembro 21, 2006
53
O Molambo
Eu sei que vocês vão dizer
Que é tudo mentira, que não pode ser
Que depois de tudo o que ele me fez
Eu jamais poderia aceitá-lo outra vez
Eu sei que assim procedendo
Me exponho ao desprezo de todos vocês
Lamento, mas fiquem sabendo
Que ele voltou e comigo ficou
Voltou pra matar a saudade
A tremenda saudade que não me deixou
Que não me deu sossego um momento sequer
Desde o dia em que ele me abandonou
Voltou pra impedir que a loucura
Fizesse de mim um molambo qualquer
Ficou dessa vez para sempre
Se Deus quiser.
(Jaime Florence e Augusto Mesquita)
quarta-feira, dezembro 20, 2006
Além do muro.
55
Era, se bem me lembro, 1989. Talvez fosse 1988 ou 1987. Não sei ao certo. Não possuia ainda dezesseis anos e todos os meus amigos bem se preocupavam cada vez mais com a modernidade, a moda e aquilo que a maioria haveria de seguir e gostar. Talvez para se aproximar das mais belas moças, talvez para se integrar ao mundo mais badalado, fútil e fácil. Todos queriam fazer parte daquele tempo, recusando tudo o que era considerado velho e marca de outras épocas.
Sintomaticamente, uma daquelas moças lindas, cheias de sardas e cabelos, tachou-me de "o museu". Algo como "Gérri Rodrian, o museu". Eu era aquele deslocado, com livros na mochila, vivendo na mais suave ignorância: nada me interessava que não fosse, como eles todos mo diziam, velho. Enquanto todos ouviam Erasure, eu queria mesmo Noel Rosa. Sempre fui um sujeito esquisito.
Não sei quando a minha anacronia começou. Mas a canção que mais me faz lembrar destes tempos é Saudade da Bahia, reunião de dois gênios da música mundial, Dorival Caymmi e Tom Jobim. Bem me lembro da primeira vez que a ouvi. Senti uma espécie de carga elétrica intelectual. como se eu estivesse pronto, mas ainda desligado, desconectado de uma rede inteligente que ainda hoje não consigo nomear. Como diria a antiga alegoria popular, "caira uma ficha". Na introdução da música, durante uns dezesseis segundos, eu já me sentia hipnotizado, abduzido... mas foi na audição das vozes de Tom e Caymmi que eu percebi que o mundo era maior, muito maior do que antes me parecia. Que a arte não era tão somente um exercício de frescor e retórica, apenas um punhado de gente fazendo um troço estranho que nunca terminava e se transformava tanto. Eu acordara, de repente. Via que eu era um daqueles privilegiados, um dos escolhidos pela ordem genética dos deuses.
Nunca mais eu tive paz. Passei a minha vida, depois, a procurar por esta tal ordem, por querer dela tudo o que pudesse ter. Lágrimas eu tive de Guimarães Rosa; risos ganhei de Swift. Outros me deram paz, quando paz eu já não tinha. Ora, eu compreendi o código! Eu desvendei esta maçonaria de vagabundos - giramundos, se preferirem. Todos os artistas são grandes vagabundos, no sentido mais epifânico do termo. E a fome que eu encontrei, busquei saciar com toda fúria esfomeada, devorando livros, poemas, sinfonias, elegias, gravuras, palavras, cores...
Todas as vezes que a escuto, sobretudo lá pelos oitenta segundos, bate-me um "não saber das coisas" e uma carência de velha virgem que me obriga a ter alguma tristeza, alguma desesperança. Eu não vim da Bahia. E nem teria saudade de Osasco e São Paulo, se distante estivesse. Nem deixei tanto "minha mãe aflita". Mas sofri daquela dor da saudade por um lugar que eu sei bem não existir, por um horizonte jamais visto ou imaginado.
Não sei ao certo se o leitor me compreende agora. Creio ser confusa essa analogia entre as bahias de cada um. Tenho a minha. Todos têm o seu locus amenus, o seu paraíso perdido.
Esta canção é marca daqueles tempos, em que eu era o museu, era o antigo. E, no entanto, nem por isso desprezado pelas belas moças, as quais me julgavam, ao menos, um sujeito diferente.
Saudade da Bahia
Ai, ai que saudade eu tenho da Bahia
Ai, se eu escutasse o que mamãe dizia
"Bem, não vá deixar a sua mãe aflita
A gente faz o que o coração dita
Mas esse mundo é feito de maldade e ilusão"
Ai, se eu escutasse hoje não sofria
Ai, esta saudade dentro do meu peito
Ai, se ter saudade é ter algum defeito
Eu pelo menos, mereço o direito
De ter alguém com quem eu possa me confessar
Ponha-se no meu lugar
E veja como sofre um homem infeliz
Que teve que desabafar
Dizendo a todo mundo o que ninguém diz
Vejam que situação
E vejam como sofre um pobre coração
Pobre de quem acretida
Na glória e no dinheiro para ser feliz.
(Dorival Caymmi)
terça-feira, dezembro 19, 2006
Atrás do muro.
57 não. 56.
Em sua penúltima aparição neste rol, The Platters e a assassina The Twilight Time, coisa para se sentir a morte a lhe sussurrar alguma coisa boa, bem elegantemente.
Twilight Time
Heavenly shades of night are falling, it's Twilight Time
Out of the mist your voice is calling, "Tis Twilight Time"
When purple colored curtains mark the end of day
I'll hear you, my dear, at Twilight Time.
Deepening shadows gather splendor as day is done
Fingers of night will soon surrender the setting sun
I count the moments, darling, til you're here with me
Together, at last, at Twilight Time.
Here in the afterglow of day
We keep our rendezvous beneath the blue
Here in the sweet and same old way
I fall in love again as I did then.
Deep in the dark your kiss will thrill me like days of old
Lighting the spark of love that fills me with dreams untold
Each day I pray for evening just to be with you
Together, at last, at Twilight Time.
(Morty Nevins, Al Nevins & Artie Dunn)
Haddon Sundblom
Circulava eu pela rede, em busca de imagens, quando deparei-me com uma página do American Art Archives, em que pude rever a obra de Haddon Sundblom, um gênio das ilustrações. Nem há muito o que se dizer. Simplesmente maravilhosa coleção de desenhos publicitários, os quais ajudaram bastante a Coca-Cola a dominar o planeta Terra.
O espírito natalino.
Não me empolgo. Em verdade, chego a me irritar com propagandas que exultam o tal espírito natalino e a priorização do consumo, seja ele de que tipo for. Não me empolga. Fico até mesmo desanimado. Isso de colocar luzes e árvores de natal pelo mundo... Tanto comércio, tanto comércio. Não fosse um decreto assinado pela minha dona, eu passaria a noite de natal em casa, jogando uma eletrizante partida de Winning Eleven e comendo tão somente o que como todos os dias. Nem ligaria a ninguém, desejando feliz qualquer coisa.
Do Natal, além dos clássicos filmes, como A Felicidade não se compra, obra-prima de Frank Capra, dos panetones (que deveriam existir o ano todo!) e dos felizes feriados, nada mais me interessa. E nem sou assim tão monstruoso pela minha condição de ateu inconformado. Apenas não me toca um rito que é pura sacanagem capitalista. Bah! Será que ninguém mais percebe o automatismo destas comemorações? Alguém logo que me dirá que "o símbolo redime" ou que é necessário ao homem buscar pelo ritual coletivo... Pois que seja. Mas realmente não me interessa. Vou aos encontros pelos outros, jamais por mim.
E nesta época do ano, como já comentei a alguns meses, fica em evidência novamente aquele belo fetiche de promíscuos e profanos: as senhoras Santa Claus. Não obstante o ridículo de uma imagem erótica entre o velho barrigudo Noel e a menina chaupeuzinho vermelho menos vestida, algo é inegável: as moças todas ficam belas, com este vermelho tão promíscuo e profano. As grandes lojas da cidade sabem muito bem disso tudo.
segunda-feira, dezembro 18, 2006
Feito um dos sete anões.
Beyonce é daquelas mulatas de matar dono de padaria, de parar a avenida e levantar roda de samba. Como naquela "morena boca de ouro que me faz sofrer, o teu jeitinho é que me mata...", que João Gilberto cantava no tempo de fartura da música brasileira, desvendando o arquétipo brasileiro da bela negra manhosa. Algo que hoje sobrevive na ginga de Elza Soares e na parte feminina de Ronaldinho Gaúcho.
A Queda.
Ô saudosismo besta. Escutemos esta semana Michael Jackson. Espero que os mais jovens sempre saibam que por trás de todo medalhão há um passado digno. Seja ele Fagner, Phil Collins ou Michael Jackson.
Pra começar a brincadeira, Jackson Five e Lookin' Through The Windows. E, abaixo, I Want You Back.
Adeus ao Orkut.
Mas é melhor calar. Neste momento eu seria capaz de dizer muito. E o momento agora é de silenciar e saber que há dias que devem ser esquecidos, a todo custo.
domingo, dezembro 17, 2006
Crônica Dominical
Fico meio na dúvida se eu e mais os outros brasileiros são também lixo. Talvez sejamos todos. Lixo. Gente que reclama e nada faz, a começar por mim. Que seria incapaz de seguir adiante com algum protesto. Mas o que não cabe, não obstante a nossa fragilidade conceitual, é este eterno reclamar, prática tão bem digerida por aqui. E não há coisa que mais tenha me irritado nestes últimos tempos. Amigos reclamam de seus empregos. Reclamam da falta de tempo e vontade para o exercício do prazer. Reclamam das mulheres, da mesma maneira que as mulheres têm reclamado dos maridos. Todos a reclamar de tudo.
Reclamar é um direito, vá lá. Mas apoiando-se neste direito, todos nós deixamos de fazer, encontrar um novo meio, um novo caminho ou seja lá o que for. Fica-nos cada vez mais a máscara da frustração. Que isso acabe! Que comecemos a tomar atitudes, mesmo as mais descabidas, e deixemos essa masturbação inútil, sem gozo.
Que então todos deixem os espertos deputados. Deixem. Ou façam algo, gritem e matem um por um, até que alguns, pelo medo, tomem alguma vergonha na cara. Que sequestrem empresários ou os diretores banqueiros ou o secretário de transportes. Exijam o que nos é de direito, o que é melhor. Que alguns internautas descontentes explodam algum departamento da Telefônica ou da NET. Façam isso. Mas, por favor, acabemos com as reclamações que nada acrescentam.
Vivemos num baita lixo tropical. E é bem provável que este povo já abduzido pela ignorância e pela falta de esperança não tenha mais a menor vontade de lutar, procurar por melhores dias.
sábado, dezembro 16, 2006
O abnegado.
Vai acabando o ano. E todos já começam a enfeitar a árvore ou outra coisa que possa receber luzes, como o portão e a janela. Alguns compram presentes e outros os recebem. Eu mesmo me darei alguma coisa. Um sapato, talvez. Pra melhor pisar na velharia do mundo. Ou um novo par de óculos para que eu possa ver com mais clareza, sem névoa, o desassossego. Ou até mesmo um velho livro sobre um tal de Pantagruel. Um presente que me dê algum alívio, algum descanso. Talvez algumas horas de sono no hotel mais silencioso da cidade.
Ufa! Chega!
O que não vai bem é brigar com... Bah! Deixemos agoras as rusgas e finalizemos logo a semana, que já estou um maltrapilho. E o fim desta semana traz De Olhos Bem Fechados.
Segundo a opinião deste e de outros cinéfilos, De Olhos Bem Fechados é o mais tocante filme de Kubrick. Sei que a comparação é difícil, mas é até bem fácil entender que se trate do filme que mais fala a cada um dos sujeitos na platéia. Afinal, o que faz Kubrick é descrever (e de modo algum explicar) o que ocorre dentro destas cabeças atadas a outras cabeças, atreladas pelo amor, pelo sexo, pela desconfiança, pelo ódio e pela carência. Cada uma daquelas situações e cada um daqueles personagens de Eyes Wide Shut é mesmo a metáfora ou a formulação onírica deste pânico mental, o qual nos guia por um tênue fio de nylon, entre poços de desejo, obrigações, honra e ilusão.
Como disse abaixo, não é fácil, e ninguém nos disse que seria. Mas Kubrick diz ainda mais: além de difícil, é incompreensível.
P.S.: não encontrei um bom vídeo de Laranja Mecânica. Que me perdoem todos. Todos.
sexta-feira, dezembro 15, 2006
Vez ou outra, o medo.
Que já amou como eu agora amo, sabe do quão é difícil recuperar a vida, depois de uma separação que não desejávamos. Alguns amigos, leitores deste blog aliás, já experimentaram desta detruição. Amavam, mas foram moleques, cretinos ou sei lá mais o quê. Passaram depois anos como autômatos, verdadeiros andróides de mágoa e arrependimento. E por quê? Porque somos todos profundamente desastrados, egoístas e, sobretudo, cegos. E magoamos aquelas criaturas que amamos... porque somos desastrados, egoístas... cegos.
Quem já passou por isso entenderá muito bem o que digo. Mea culpa, mea culpa. Não obstante a inutilidade que é reconhecer cada um dos erros que a gente já cometeu pela vida, sem procurar por desculpas ou amenizadores. Tal qual a história dos caras que queimaram pessoas. Qualquer justificativa será, ainda e certamente, um desaforo. Será um motivo ainda maior para ampliar e determinar a culpa. Danem-se os motivos. Erramos, fizemos merda, cagamos. Ora, que absurdo não perceber! Porra, será que é preciso ser muito maduro pra reconhecer que somos danosamente imperfeitos? Bem o somos, sempre. Eu, que já fiz bobagens, das mais diversas, e já gritei e perdi o senso, já falei o que não se diria nem em briga de assassinos; eu, que já cometi absurdos, por falta de pensar direito, de entender direito o que é essa difícil vida; "eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo, que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas, que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante"; eu verifico que 30 anos ou 60 não bastam para fazer de um moleque, um homem, no sentido mais íntegro do termo.
Porra! É difícil demais andar certo pelos caminhos, sem ridiculamente tropeçar nos tapetes, engasgar em palavras e conceitos que nos pareciam corretos; sem se sentir ridículo, humanamente ridículo. Arre, que nunca há arrogante que não encontre o chão, depois de um tombo que se poderia evitar, mas cujos olhos estavam voltados para o alto.
Quem já errou nesta vida, e comeu depois um prato de sopa que o próprio capeta temperou, sabe bem o que é o medo. Quem ama e recebe este mesmo amor em troca, dia pós dia, deve bem saber. Ou a qualquer hora, diriam alguns, será muito tarde. E a vida voltará àquela escuridão solitária.
Não é mesmo fácil. Mas não me lembro de ninguém ter dito que seria.
quinta-feira, dezembro 14, 2006
Tapas e beijos.
Ouvimos Ike & Tina, com os clássicos Proud Mary e River Deep, Mountain High. Coisa realmente boa.
Idéia atrasada.
O Escritório.
Mas nem sempre é isso. Um escritório pós-tufão, pós-terremoto. Na maior parte das vezes recebo aqui os meus amigos. Falamos de tudo o que nos interessa, há tantos anos. Eles bebem de alguma bebida que eu mesmo não bebo, mas sempre as tenho, para os amigos tão somente. Fumamos nossos cigarros e ouvimos as boas músicas daqui.
Vez ou outra é a minha mulher que aqui me vem visitar, nesta minha caverna, protegida pelos olhos de um Elvis e por um grande quadro do Quarteto Fantástico. Mas ela vem pouco. Aqui é mesmo claustrofóbico... Digo, nem sempre é. Há vezes que aqui é o canto mais divertido da casa - uma verdadeira táboa de prazeres. Uma boa televisão, os canais da NET, uísque e cigarros. E um lugar para se cantar, no videokê instalado no PC. Aqui se canta Tu me Acostumbraste e Misery. Às vezes se canta Ziggy Stardust. Este escritório é um lugar de se ficar bobo.
Aqui eu escrevo minhas histórias, releeio meus poemas e, sobretudo, canto todas as canções que desejo. Aqui eu penso e desisto de pensar. E agora, engasgado de pensamento, vejo o escritório, extenção de minhas idéias, numa baguça dos diabos, sem que eu tenha a menor inteção de mudar alguma coisa. Ao menos hoje.
Sábado talvez.
Queimem-no! Queimem!
É um exemplo de como há gente não merecedora de liberdade. O tal sujeito, pelo que li em algum jornal, já teve suas condenações, por crimes anteriores, e cumpriu tão somente um pequena parte da pena. Voltou a andar pelas ruas, desorientado e estúpido. E este mundo está cheio de gente que, efetivamente, não merece a liberdade. Não sou jurista e muito menos me preocupo com os ajustes que poderiam ser feitos na lei penal desta porra de país. Mas, decididamente, um pouco de criatividade nos faria bem. Um pouco de sadismo, até.
E digo isso não porque seja pouco humanista, mas por ser o contrário: sou daqueles que enchergam a vida com olhos grandes, que sente um enorme prazer com essa coisa de viver e gostar de coisas. E imaginar que de repente um desafortunado possa fazer mal a alguém que amo, ou mesmo a mim, que sou daqueles que não gostam de matar nem mosquito - simplesmente porque o sujeito teve a autorização de algum juiz para cumprir a pena em liberdade.
É o caso do tal Chapinha, ícone dos assassinos idiotas, que, por ser apenas uma garoto, segundo a lei vigente, poderá a qualquer momento repetir a dose com outro casal... Tudo isso é a inveja que faz? É a miséria? É raiva? Não deveria nos importar o que é. Não deveria servir, ao menos, de desculpa ou amenizar a pena de qualquer um. Mesmo porque uma coisa é roubar, outra é queimar gente viva.
*
A solução seria o desterro? Seria a pena de morte com enforcamento? A violência nasce no peito do sujeito, na sua profunda mediocridade. Na sua incapacidade de perceber que a liberdade é o bem maior nesta merda de sociedade desconcertada.
Ou como me diria um velho amigo: é a guerra! A guerra é contra o obscurantismo, contra a miséria humana. Uma guerra que vem sendo travada há alguns milênios e não parece estar chegando ao fim. Se sabe apenas que enquanto houver quem explore, haverá quem se revolte.
Enquanto houver gente, haverá merda. E quem dela se alimente.
quarta-feira, dezembro 13, 2006
Aquiles em Tróia.
Grandes menores.
Outros dois trabalhos de Kubrick, os quais seriam supostamente obras menores se comparadas a um conjunto que tem 2001, Uma odisséia no espaço, Laranja Mecânica, Spartacus, O Iluminado e, sobretudo, De Olhos Bem Fechados, aquele que julgo ser o melhor filme dos anos 90 - imaginemos que maravilha seria se Kubrick tivesse vivido um pouco mais e o pudesse ter finalizado. E se pudesse ter dirigido AI - Inteligência Artificial, filme estupidamente estragado, que tem a curiosidade de ter os melhores 15 minutos iniciais da história da Ficção Científica, tendo todos os minutos restantes como os mais intragáveis. E que tivesse feito outras coisas mais, outras provocações.
Fellini e Hitchcock são outros que bem poderiam estar vivos. E Fritz Lang. E Glauber! Mesmo porque é evidente que o cinema passa por uma crise criativa. O efeito Matrix, resultado do efeito Pulp Fiction, vai perdendo a força. Não há conjunto, não há proposta estética inovadora, além daquelas que existem pela parafernalha tecnológica. Tudo anda desanimado. O cinema intelectual, experimental, está realmente chato. Ou forçosamente restrito. E são raros os filmaços, do quilate de Closer, do veterano Mike Nichols, e de Lost in Translation, de Sophia Coppola, dois exemplos de clássicos modernos, tal qual, em sua época, é clássico Casablanca.
Post Scriptum: vídeos de Dr. Strangelove e Full Metal Jacket.
Não sofra um derrame, pobre diabo.
De repente, não mais que de repente, todas as imagens deste blog, postadas nos últimos trinta dias, desapareceram! Que faço? Devo ser prudente e esperar, para que tudo se arrume mais tarde, sei lá como. Devo começar a gritar, dizendo mesmo toda sorte de palavrões cabeludos, imundos, ofensivos, grotescos? Devo calmamente, feito um paciente monge tibetano a plantar papoula, recomeçar, recolocar cada pequena imagem? Ou devo mesmo surtar...
Instantes depois...
Ufa! Estavam lá, as imagens. Voltaram também de repente, sem alarde. Bom. Seria insuportável tudo recolocar, quando há tanta coisa nova pra se fazer. E este episódio banal ao menos me trouxe uma certa reflexão: caso este blog entrasse em total desgraça, por problemas nos gigantes servidores do Blogger, eu teria paciência pra recomeçar? Teria ao menos paciência para reestruturar alguma coisa, recolocando vídeos, pesquisando pelas mesmas imagens, pelas capas...? Hum, bem creio que não, apesar do apreço que tenho pelo que já fiz por aqui. Em verdade, acho que alteraria toda a coisa, iniciaria um novo blog, com outro conceito, outra razão. Talvez um blog erótico e imundo. De muito baixo calão. Nele eu somente escreveria sobre essa infindável fodeção que há no mundo. Nada de Arte. Nada de nada. Só gente pelada e enlameada de suor.
E eventualmente imagens de lugares bacanas pra se visitar.
Mais Novak.
Visitem então Vintage Movie Magazines. E percebam como há capas que justificam qualquer conteúdo. Aliás, há revistas que só valem mesmo pelas capas. Sempre é assim.
58
Alguns amigos me acusam de nacionalista, como se tal qualidade fosse afinal de contas um desaforo ao bom senso. Mas o sou, sim, pairando entre uma certa admiração e uma forte hojeriza. Um nacionalista consciente da mediocridade de sua gente, da fragilidade de tudo o que nos cerca. Creio eu, até, que a minha relação com a pátria seja a mesma com a arte sacra. Sou ateu, mas sou capaz de ouvir longas missas de Mozart e admirar cânticos dos mais diversos. Mesmo as igrejas me agradam. As considero belas, sem no entanto ser tomado pela misericórdia ou pela culpa.
Desta mesma maneira, gosto das bandeiras, brasóes, hinos e tudo o que possa remeter a esta porcaria de país. Sendo cético e amplamente descrente. Sem contaminar, no entanto, a apreciação artística. Dentre as obras do gênero, nenhuma me toca mais que o Hino à Bandeira, de autoria de Antônio Francisco Braga e lírica de Olavo Bilac.
Creio até que sou um dos poucos sujeitos deste país que escuta tal hino, ocupante da 58ª colocação entre as cem que mais me comoveram nesta desencontrada vida, como se ouvisse um som do Radiohead ou do John Coltrane. Ouço e canto, assovio. Nem penso em como tudo é um colapso, uma grande bosta enfeitada de açúcar... Um açúcar que nem dá pra todo mundo, bem o sei.
Obs.: ouçamos uma versão bem inferior, cuja interpretação desconheço, àquela que costumo ouvir, da Banda Nacional. Por algum motivo bizarro, não consigo levar tal versão ao instável Goear. Se eu conseguir, faço a substituição. A versão abaixo carece de certa virilidade.
Hino à Bandeira
Salve, lindo pendão da esperança,
Salve, símbolo augusto da paz!
Tua nobre presença à lembrança
A grandeza da pátria nos traz.
Recebe o afeto que se encerra
Em nosso peito juvenil,
Querido símbolo da terra,
Da amada terra do Brasil.
Em teu seio formoso retratas
Este céu de puríssimo azul,
A verdura sem par destas matas
E o esplendor do Cruzeiro do Sul.
Contemplando o teu vulto sagrado,
Compreendemos o nosso dever;
E o Brasil por seus filhos amado,
Poderoso e feliz há de ser.
Sobre a imensa nação brasileira,
Nos momento de festa ou de dor,
Paira sempre, sagrada bandeira,
Pavilhão da justiça e do amor.
(Antônio Francisco Braga e Olavo Bilac)
terça-feira, dezembro 12, 2006
Dois ícones.
Manet em dezembro.
Vez ou outra sou tomado pela preguiça. Que parece subir pelos pés e vai rapidamente atingindo toda e qualquer parte de meu corpo. Vez ou outra sou tomado pelo tédio, que vai entrando pela boca, pela língua. E me traz sempre uma meia tontura... Vez ou outra sou tomado pelo mau-humor. Por um péssimo humor que eleva em mil o meu pessimismo. Entra pelos meus olhos, que chegam a arder, feito um sono dolorido.
Mas agora sou tomado por aquela sensação quase diária de inquietação e impaciência, como se eu percebesse que a cadeira me prende e me regula os movimentos... O ar bem rarefeito e seco, o cheiro de papel, o cheiro estagnado de repartição... E as idéias que pululam e nascem já castradas, vão direto para o cesto de lixo, aqui ao meu lado esquerdo.
Impaciência pode levar o sujeito ao caos. Sobretudo quando nos vem à mente alguma velha e boa memória de alguma praça, de alguma companhia que adorava praças. Ou quando me surge a imagem de um frescor ausente... este lugar é a antítese de qualquer frescor. É um emprego apenas. Em que o pobre escritor arruma a vida. Mas desarruma aquele sentido de viver entre árvores, feito gente mesmo. Não como um autômato sem oxigênio, sobrevivendo ao ar-condicionado pouco eficiente.
Manet, Édouard Manet. Suas imagens me vieram agora. Numa tentativa tosca de acalmar os sentidos... Não acalma. Nem Manet, nem Renoir, nem ninguém. Sou mesmo um sujeito paciente, que leva a vida sem grandes conflitos, trabalhando sem muito reclamar. Mas é esta ausência de vento, ausência de graça, ausência de odores agradáveis - que me torna, afinal, um efetivo inconformado.
Paciência, homem. Paciência!
E caso o leitor se encontre neste mesmo estado de "ranger de dentes", que veja algumas obras de Manet. Para pensar e, de alguma forma, imaginar que uma tarde, agradável como esta, poderia ser bem mais vivida. Ou vívida.
59
Ouçamos agora o sempre certeiro David Bowie e uma de suas belas interpretações. Sorrow está naquele espetacular lado B de Pin Ups, álbum fundamental na discografia de um artista também fundamental para a história da música moderna.
Sorrow
With your long blond hair and your eyes of blue
The only thing I ever got from you
Was Sorrow - Sorrow
You're acting funny, try to spend my money
Out there playing your high class games
Of Sorrow - Sorrow
You never do what you know you ought to
Something tells me you're the devil's daughter
Sorrow - Sorrow
I tried to find her cause I can't resist her
I never knew just how much I missed her
Sorrow - Sorrow
With your long blond hair and your eyes of blue
The only thing I ever got from you
Was Sorrow - Sorrow
With your long blond hair, I couldn't sleep last night
With your long blond hair.
(Bob Feldman, Jerry Goldstein, Richard Gottehrer)
segunda-feira, dezembro 11, 2006
A mais bela da história.
O iluminado.
60
Crying Time
Oh, it's cryin' time again, you're gonna leave me
I can see that far away look in your eyes
I can tell by the way you hold me darlin' Oooh
That it won't be long before it's cryin' time
Now they say that absence makes the heart grow fonder (fonder)
And that tears are only rain to make love grow
Well my love for you could never grow no stronger (stronger)
If I lived to be a hundred years old
Oh, it's cryin' time again, you're gonna leave me
I can see that far away look in your eyes
I can tell by the way you hold me darlin'. Yeah now
That it won't be long before it's cryin' time
Now you say you've found someone that you love better (better)
That's the way it's happened every time before
And as sure as the sun comes up tomorrow ('morrow)
Cryin' time will start when you walk out the door
Oh, it's cryin' time again, you're gonna leave me
I can see that far away look in your eyes
I can tell by the way you hold me darlin'. Alright now
That it won't be long before it's cryin' time
(That it won't be long before it's cryin' time)
(Buck Owens)
Ctrl+Z.
*
Ter um relacionamento é algo bacana. Vez ou outra se quer fugir, mandar às favas e tudo o mais. Mas, em geral, é bacana. Melhor seria se a mulher viesse com um botão de pausa. Quando viesse com aquele punhado de palavras inquisidoras, pausa. Quando viesse com cobranças estapafúrdias e acusações sem o menor sentido, pausa. Quando resolvesse comentar animada as últimas peripécias de algum bebê da família ou aparecesse com elogios aos parentes, pausa. Quando criticasse o nosso silêncio, pausa. Quando gritasse, quando confundisse alho com bugalhos, quando pedisse um novo vestido, pausa. Pausa, pausa, pausa.
*
Talvez um botão de volume já me bastasse. Quando a gritaria estérica surgisse, abaixaria o volume. Ao zero. Como seria salutar! Como seria bom se houvesse alguma discussão em pleno e ameno silêncio. Porque nem me incomoda tanto a briga e as atrapalhações - não tenho mais ouvidos para escândalo de gente enganada. E para gritos que se acreditam ofensivos.