sábado, novembro 18, 2006

Seja ele quem for.



A semana acaba. E deixo cinco simples mensagens:

Para ver muita coisa é preciso despregar os olhos de si mesmo. (Nietszche)
Não ser útil a ninguém equivale a não valer nada. (René Descartes)
A bondade é o único investimento que sempre compensa. (Henry David Thoreau)
A amizade começa onde termina ou quando conclui o interesse. (Cícero)
Prefiro incomodar com a verdade do que agradar com adulações. (Sêneca)

Um segredo.



Um punhado de imagens. Brilhantes. The Masters of Cinema Series. Pôsteres fabulosos, de época e lugares bem diferentes.

77

God Only Knows, obra da única banda que pôde, relativamente, ser comparada aos Beatles. Os caras do Beach Boys mandavam mesmo bem e nos legaram alguns clássicos da canção popular do século XX. E clássico dos bons é esta belezura, a qual ocupa a 77ª colocação entre as cem que mais me comoveram nesta vida desordenada.


God Only Knows

I may not always love you
But long as there are stars above you
You never need to doubt it
Ill make you so sure about it

God only knows what Id be without you

If you should ever leave me
Though life would still go on believe me
The world could show nothing to me
So what good would living do me

God only knows what Id be without you

God only knows what Id be without you

If you should ever leave me
Well life would still go on believe me
The world could show nothing to me
So what good would living do me

God only knows what Id be without you
God only knows what Id be without you
God only knows

(Brian Wilson)

sexta-feira, novembro 17, 2006

A polícia e o ferrão.

O blog andou um tanto esquecido, por certo cansaço intelectual profundo - sabe aquela época em que ver Garotas Malvadas, com a estonteante (e feia quando está sem maquiagem) Lindsay Lohan, já é um esforço dos mais acadêmicos? Pois é. Andei pensando demais e, definitivamente, pensar nos cansa. Existe mesmo, em mim e em meia dúzia de guerreiros, aquela coisa de compensar a ausência de alguma coisa jamais sabida com toda a sorte de superação intelecutal e artística. É mesmo chata esta espécie de dever desprocessado. É aquela coisa sem sentido de passar horas a compor um verso que, eventualmente, uns dez leitores terão a alegria ou tristeza de ler. Mas a teimosia é mesmo maior. Muito maior. E sempre cabe num canto atrás dos olhos aquela esperança manhosa de que um dia os dez serão dez mil, dez milhões.

E blá blá blá blá me perdoem as "nove horas" e escutemos três sons que me agradam os ânimos. Músicas que nem são exatamente maravilhosas, mas animam.





Aliás, The Police, com Every little thing she does is magic; Black Sabath, com Paranoid; Little Richard com Lucille.

Betty Boop

Um desenho de uma personagem ainda hoje atraente. De 1935.

Decoração do lar.

Estamos, eu e a patroa aeromoça, a pensar uma decoração interessante para o apartamento. Além das cores que a parede eventualmente teria, nada é mais complexo quanto a escolha das obras que permanecerão na parede, os quadros ou fotos, pinturas ou posteres. Dentre as muitas possibilidades, aquela que tem mais me interessado seria uma reprodução de Gustav Klimt. Ao lado da televisão, um tanto acima.
E, no entanto, o que escolher? Para cada obra de Klimt há outra, também maravilhosa, de outro fulano. E em verdade toda escolha acaba por prejudicar a realização de uma reforma na decoração das coisas todas... O impasse... E tantas as possibilidades, que acabamos por nada fazer. Meio como aquela história da moça que, não sabendo o que vestir, entre tantas as combinações, acaba por desistir da boa festa.
Mas caso cheguemos a alguma conclusão, seja lá como for, chegaremos tão somente após um estafante e saboroso trabalho de pesquisa. Um bom lugar para se pesquisar (e comprar) é o sítio Expo-Klimt. Talvez cheguemos logo a alguma conclusão. Mas creio que os indecisos são aqueles que sempre escolhem com certa pena... Leva-se um Klimt, deixa-se um Goya... Sempre há um certo pavor...

Onde eu parei?

O Goear andou fora do ar. Mas voltou. E voltou melhor. Sobretudo mais ligeiro. O que não deixa de ser uma boa notícia. E nesta 78ª colocação, David Bowie e a insuspeita Wild is the Wind. E quiçá, agora, tudo volte mesmo ao normal.




Wild is The Wind

Love me, love me, love me, say you do
Let me fly away with you
For my love is like the wind, and wild is the wind
Wild is the wind
Give me more than one caress, satisfy this hungriness
Let the wind blow through your heart
For wild is the wind, wild is the wind

You touch me, I hear the sound of mandolins
You kiss me
With your kiss my life begins
You're spring to me, all things to me
Don't you know, you're life itself!
Like the leaf clings to the tree,
Oh, my darling, cling to me
For we're like creatures of the wind, and wild is the wind
Wild is the wind

Like the leaf clings to the tree,
Oh, my darling, cling to me
For we're like creatures in the wind, and wild is the wind
Wild is the wind...

(Dimitri Tiomkin and Ned Washington)

quinta-feira, novembro 16, 2006

"Ainda estou vivo, desgraçados!"

A grana anda curta. O que significa que aquele uísque blue label comemorativo de fim de ano estará prejudicado... Ou não. Que o uísque comemorativo de fim de ano é um símbolo de paz, feito a pomba branca. Um símbolo de prosperidade (relativa) que 2006 acabou por oferecer a mim e a mais meia dúzia de brasileiros. Mas a grana anda curta. O que pode significar que aquela balada pra expurgar o pavor e suar a adrenalina poderá ficar prejudicada. Mas que é uma vida sem uma balada libertadora, às vésperas do encerramento de um dos melhores anos da existência de um tão marginal poeta? Ora. A grana anda curta. O que pode signifcar que aquele Guitar Hero 2 virá pirata, vergonhosamente falsificado, pirata até os dentes. E que aquele sapato elegante pra pisar no mundo mais confiante não virá, nem com reza brava e intermitente. Mas o ano tem sido bom, merece um pouco de farra. E virá, amigo leitor, aquela farra inconseqüente...

Aquela caixa de DVDs do Elton John ficará para a próxima gestão. Para a próxima encarnação, talvez, visto que nunca se sabe exatamente a hora do passamento... Pois é mesmo assim. Compre antes e pague bem depois... Bem depois. com toda a sorte de juros. Que se há de fazer? Há na vida algum outro caminho mais tranqüilo e mais saboroso? Ora, a grana anda curta, com os pés pequenos, claudicante. O jeito é se virar, naquela habilidade nata de brasileiro que há séculos dá um jeito pra manter o passo... Coisa de malandro/otário que tem sempre o que não pode, mas vai lá, vendendo a alma a cada mês. A gente realmente se entende, caro leitor. Somos pares nesta tarefa cabulosa de ganhar X e consumir X².

E os presentes? Hum... bem divertido oferecer presentes aos amigos. Bem confortável e pretigiosa ação. Mas a grana anda curta feito dedo mindinho de anão. Melhor calar. Ou no máximo enviar um telegrama a cada um com uma frase enigmática qualquer. Em latim, pra variar. E a patroa aeromoça que se contente, desta vez, com um beijo meu de especialista escorpiano e com a alegria de sobrevivente que nos toma sempre nesta época do ano. Pois o ano tem sido bom, merece um pouco de farra. E virá, amigo leitor, aquela farra inconseqüente... Pra comemorar tão somente, dizendo aquilo que Steve Mcqueen nos dizia em Papillon, ao sair da solitária pela enésima vez: "Ainda estou vivo, desgraçados!". É, leitor, ainda estamos vivos. E isso é o suficiente pra sair gritando de muita alegria.

quarta-feira, novembro 15, 2006

O Aniversário rubro e negro.

Rapidamente, sem filosofias e lirismo, devo dizer que o aniversário do Flamengo até me comove. Não sei ao certo como isso funciona... Nem quero saber. Mas comove. Esse torcer que se prolonga por décadas, inquestionável. E curioso é quando um paulista que jamais esteve na Gávea ou no Maracanã, guarda todo seu apreço por um clube de outro canto, de outra gente... E há vinte e cinco anos eu estava na frente da televisão, vendo as imagens abaixo... E já era flamenguista, felizmente.

terça-feira, novembro 14, 2006

Lenitivo.

"If I told a lie, if i made you cry..." Ufa! Quase tudo bem decorado. E a cabeça chegou a entrar em certa anomalia progressiva (ou recessiva?) e eu implorei à divina providência algum descanso físico digno de nota... Mas dezembro está chegando bem rapidamente. E um pouco de férias e praia... Talvez. Melhor seria mesmo uma balada daquelas que pinta Terry Rogers... Ah! Alguns cigarros... uma dose cavalar de uísque... E o resto seria mesmo a danação. Ah! Quanta terça-feira ainda há no meu vasto mundo entediado...

segunda-feira, novembro 13, 2006

Segunda-feira e sede. Blue Monday.

Segunda-feira. Aquela falência múltiplas de orgãos. Aquela sonolência e aquele calor e frio que vêm juntos. Segunda-feira. O esquecimento das coisas. Os trens ainda feios e tão somente feios. Aquele mundaréu de gente também feia, mal vestidas, mas vestidas em todo o caso. Os cegos que pedem esmola e usam relógio, as velhas que anunciam uma vida de desgraças e pedem uns trocados, sobretudo para o remédio do marido inválido. O café desanimado e a fome de algo que não se vê por aqui e nem mesmo em qualquer lugar deste mundo. Fome de insatisfação. Fome de um doce não inventado. Fome de sexo que concilie a preguiça e o tédio. Sexo que seja num mesmo instante tensão e análise. Ah! Segunda-feira. Estou a boiar. Estou a querer que me coloquem embalsamado, feito uma estátua de gente de olhos abertos. Que me coloquem sobre a minha cama. Que amordacem os cachorros. Que o dia passe rápido. E que eu durma e finalmente acorde confiante num tempo em que eu esteja em total acordo com o que vejo.

Obs.: Meus colegas de trabalho e eu temos uma boa solução para os nossos problemas. Às segundas, entraríamos às 13h. Às sextas, sairíamos às 15h. Simples. Seria um pouco de refresco para tanta aridez.

domingo, novembro 12, 2006

Projeto Fumaça nos Olhos.

Vez ou outra vou postar um vídeo ou música ou foto que possa de alguma maneira indicar o que se verá em "Fumaça nos Olhos". Vivem a me perguntar a cara que terá o evento. Pois bem, deixo algumas pistas. Abaixo, ela. Louise Brooks. A mais intrigante entre todas as belas do cinema, em toda a sua história. Um começo. E aliás, a música que anima o clipe certamente não se verá em cena. Não que eu considere The Killers algo exatamente ruim. Acho até bem razoável. Mas é que sou mais de cantar outras bossas.

Simbologia e Inoperância.

Avril Lavigne canta umas músicas que somente uma criatura de quinze anos pode considerar de alguma valia. Mas que a moça é fotogênica, isso é bem perceptível, sobretudo para os sujeitos de trinta anos, cuja preferência por moças tão jovens é quase uma obrigação. E eu chego quase a gostar das músicas da moça - nos clipes tão somente. Alguém já percebeu a boca desta moça quando está a cantar?

Para fotos e papéis de parede desta pequena, visite este e este.

Crônica Dominical

Tem gente que pode bem me considerar um imbecil. Bem sei que há. Há quem eu considere mesmo uma besta quadrada. Há quem mereça uma certa inveja e há quem eu quase ignoro. Mas não obstante esta rede de intrigas, que parte de nós e se encerra às nossas costas, há o que se dizer de "coletivas fraquezas". Algo que nos une, a todos, nos coloca num mesmo balaio, que muita gente chama de Planeta, e não nos permite, enfim, aquela soberba cretina que vez ou outra nos ameça tomar a pele, feito aquele alienígena simbiótico que enlouqueceu Peter Parker e acabou por se transformar no histriônico Venom.

Entre as tais fraquezas, está aquela mania de repensar o já pensado, firmado em cartórios metafísicos, em acordos entre os principais ministros da governança pessoal. É um tal de ter uma idéia, se apaixonar por ela, sair correndo ao mundo com panfletos e de repente, bem de repentemente, surgir aquele pensar cruel: "quo vadis?". Ora, quem jamais se cansou de pensar em algo que ainda nem mesmo se fez? Houve inclusive uma história bem real de um sujeito que de tanto esperar e batalhar por uma viagem acabou por se cansar. Um certo nojo lhe tomou há poucos dias de viajar para o destino sonhado. Não foi a qualquer lugar. Calou-se apenas.

Talvez a masturbação das idéias, essencial para a continuidade das coisas, lhe tenha mesmo estafado. E eu, como todos que aqui estão, diante deste monitor, somos como aquela criança gorda que, num dado momento, não mais consegue pensar no doce de leite primordial.

Nestas horas, melhor mesmo é ficar quieto, num silencio de doer. Tudo se conserta depois, após o exílio e o banho. Após o amor e a reflexão financeira. Após o cigarro que se fuma sozinho, diante da sua imagem amorfa, que é ao mesmo instante boa, otimista e criativa e é cansada, desesperançada e irritadiça.

Ou como eu já deveria ter cunhado nalguma plaqueta que enfeitasse a porta de meu escritório: o silêncio é tão fundamental quanto a música que nos faz dançar durante a madrugada.