sexta-feira, junho 29, 2007

Por fim.


Por hoje é só, leitor imaginado e jamais real. Estou irritado por conta da cretinice alheia. Ouçamos então um belo som do Deep Purple - Perfect Stranger. E de resto, toda a alegria possível: é sexta-feira. Por dois dias, ao menos, serei poupado de enfadonhas chateações.

Popeye.


Clássico cartoon. O primeiro com o personagem marinheiro comedor de espinafre. E enquanto vejo tão bonitinho desenho, no resto do país a roubalheira corre solta. Enquanto eu vejo este desenho, bem quieto, muitos debatem sobre os novos escândalos da hora, envolvendo sei lá quem. Gostam todos de debater. Eu prefiro mesmo ver um tão pueril desenho. Sobretudo porque de nada nos adiantaria debater, enquanto a roubalheira corre solta. O que me indigna, apenas, é que muitos não percebem que há muitos modos de colaborar com a corrupção podre deste país. Há muitos modos - e muitos, creio eu, em minha inocência de ver Popeye, não são muitos diferentes daqueles a quem condenam. A ocasião faz o ladrão e o tamanho da sacanagem. Só.

Opening.


Hoje, este homem irá ao cinema - mesmo considerando afinal que ir ao cinema nesta terra não é lá das mais divertidas diversões, uma vez que a gente de cá, deste canto pobre do mundo, comporta-se no cinema como bem se comporta numa feira livre. Há gente que fala pelos cotovelos, há adolescentes cretinos e carentes, há celulares nunca desligados e há, sobretudo, gente que carrega um enorme pote de pipoca cujo cheiro contraria toda lógica de concentração e entretenimento. Tenho me perguntado, há alguns anos: como alguém não consegue ficar duas horas calado, nem pode ficar este mesmo tempo sem comer qualquer porcaria? Como pode alguém ir ao cinema e, alienado ao filme, preocupar-se com balas de embalagem firme e refrigerantes? Mas muita gente condena-me. Diz-me que sou rabugento. Talvez o seja, uma vez que sou minoria - no entanto, nada mesmo me convence que estou errado. Vejo qualquer filme em pleno silêncio e respeito. Quando o filme é uma grande porcaria, durmo, vou embora ou resisto e aprendo com a besteira alheia. Mas jamais vou me comportar feito um marmota bêbado.

Em geral, ir ao cinema me é um grande desgosto. Mas a ocasião é um tanto especial para um sujeito que aprendeu a ler com gibis. E seja lá o que nos oferecerá a Indústria do cinema com mais esta adaptação, de qualquer forma é bacana ver na tela grande e colorida os personagens que tanto me fascinaram na infância. 


quinta-feira, junho 28, 2007

A moça que sorri.

Vejam só quanta doçura! Num teaser que eu classificaria como "agradabilíssima nostalgia de se ver contente", a clássica pin up Betty Brosmer nos sorri tão fartamente, que chega a nos comover com esta coisa de tempo e morte que tudo leva - inclusive a beleza. Mas o Homem, bicho de muita safadeza, criou as câmeras de filmar e o Youtube. E, depois de 50 longos anos, eis que Betty Brosmer ainda nos causa desejo de dar sede e nos arranhar com as pontas dos dedos.

Nota do autor: o vídeo foi retirado do Youtube. Segue outro, de caráter diverso, mas que me pareceu agradável de se ver e ouvir:



Um gole de café.

A repartição está vazia. Ainda não tenho qualquer trabalho e estou a beber um quente gole de café. Proibidamente, fumo um cigarro dentro de minha sala. Eu seria provavelmente repreendido por tal produção de fumaça em local tão cheio de papéis. Mas que se há de fazer? No quarto andar de um prédio da Rua Líbero Badaró, levo meu braço direito para fora da janela para que a fumaça não vá em direção ao detector de fumaça grudado ao teto. Penso desajeitadamente. Sofro, em verdade, de algum tédio sem lei, mas gosto mesmo do clima úmido que hoje São Paulo carrega. Choveu durante a noite e a chuva trouxe um ar mais agradável. Apago o cigarro. Desde que voltei a fumar, há algumas semanas, não dou mais que três tragos pouco expressivos e apago o Marlboro do tipo azul que acendi com alguma esperança. Sinto até que novamente largarei tal fumaça em breve. Mas que se há de fazer? Vez ou outra é difícil se sustentar sem vícios bobos. Em minha mesa há uma porção de folhas inúteis, um grampeador, a foto da mulher que amo, um telefone e um livro. Trata-se de Macunaíma, obra que finalmente encontrei, num sebo da Rua José Bonifácio. Li 122 páginas e já o venero, planejando ler mais vezes tão doce romance. E quanto a isso, mais me amofino: não é cousa justa ler Macunaíma logo após o término de um próprio romance - não faz mais que alguns dias que terminei Fenices e ainda estou a revisá-lo. Ora, o confronto com Macunaíma fez me pensar que o meu humilde livro era de vez uma grande bobagem. Mas a bobagem é mesmo minha. Tão diverso o universo de cada obra!

Ontem, porém, revisei o capítulo seis, cortando meia dúzia de versos, e me animei com gosto. Longe da humildade relativa, pude notar que se tratava de um realmente belo capítulo. Dormi em paz, até. Hoje, bem cedo, li mais páginas de Macunaíma e as li sem o mesmo temor, sem aquela carranca da mediocridade a me assustar.

Uma coisa é uma coisa, outra é bem outra. De qualquer forma, posso afiançar que a síndrome pós-parto de palavras fez-me meio abobado. E somente o meu eventual antepassado (já lhes contei esta história?) foi-me trazendo novamente às consciências do criar. Ah! Meu velho e amigo Mário de Andrade, aquele a quem mais admiro entre todos os escritores desta língua lusitana, bem poderia abençoar-me, seja lá de que forma, para me legar algum sucesso entre os leitores - tão raros leitores! - e justificar talvez meus devaneios ficcionais como algo de merecimento. Mas que se há de fazer? Na minha solidão de criar o que a ninguém mais agrada, eu me distraio com ilusões de tentar. E faço, desmedidamente, sem receio. Tivesse eu nascido assim, como sou, em outubro de 1893, tal qual meu velho chapa, poderia eu ter mesmo muitas glórias de encontrar quem se deleite em ler aquilo que minhas mãos escrevem. Mas nasci assim, como sou, em outurbro de 1974, num tempo em que a gente toda - aparentemente mais alfabetizada - não dá atenção aos versos e aos romances de bons tumores. Mas que se há de fazer? Nasci assim, aqui, e hoje, funcionário público de lugar inóspito, numa cidade cujos rios apodreceram, entretenho-me a imaginar o que me diria Mário, por detrás de seus óculos, com o interesse de me deixar mais alegrezinho e esperançoso.

E, na minha bobajada pueril, leio cada palavra de Macunaíma e a imagino feito um dialogo que fez ele pra mim, sem saber de mim, ignorando até o que o mundo seria, com seus computadores e violência que não é de guerra. Vai dizendo ele, contando, bem devagar, num livro que já se despedaça entre os meus dedos claros. A cada pausa me vem mesmo uma voz que eu invento a dizer: vai rapaz vai confiar no que desconfia, que logo tudo se ajusta, conforme o caos do mundo em que vive.

E assim eu penso que seria agradável tomar outro gole de café. E cerrar de vez a janela: não fumarei outro cigarro enquanto eu não me livrar de tão matinal queixume. E nem sei mesmo se é queixume. Acho que não. Bom é se entreter com devaneio de escritor. Assim me esqueço dos assuntos frios da vulgaridade.

quarta-feira, junho 27, 2007

Contrariedades

Eu hoje estou cruel, frenetico, exigente;
Nem posso tolerar os livros mais bizarros.
Incrivel! Já fumei tres massos de cigarros
Consecutivamente.

Doe-me a cabeça. Abafo uns desesperos mudos:
Tanta depravação nos usos, nos costumes!
Amo, insensatamente, os acidos, os gumes
E os angulos agudos.

Sentei-me á secretaria. Alli defronte móra
Uma infeliz, sem peito, os dois pulmões doentes;
Soffre de falta d'ar, morreram-lhe os parentes
E engomma para fóra.

Pobre esqueleto branco entre as nevadas roupas!
Tão livida! O doutor deixou-a. Mortifica.
Lidando sempre! E deve a conta á botica!
Mal ganha para sopas...

O obstaculo estimula, torna-nos perversos;
Agora sinto-me eu cheio de raivas frias,
Por causa d'um jornal me regeitar, ha dias,
Um folhetim de versos.

Que mau humor! Rasguei uma epopeia morta
No fundo da gaveta. O que produz o estudo?
Mais d'uma redacção, das que elogiam tudo,
Me tem fechado a porta.

A critica segundo o methodo de Taine
Ignoram-n'a. Juntei n'uma fogueira immensa.
Muitissimos papeis ineditos. A imprensa
Vale um desdem solemne.

Com raras excepções merece-me o epigramma.
Deu meia-noite; e em paz pela calçada abaixo,
Um sol-e-dó. Chovisca. O populacho
Diverte-se na lama.

Eu nunca dediquei poemas ás fortunas,
Mas sim, por deferencia a amigos ou a artistas,
Independente! Só por isso os jornalistas
Me negam as columnas.

Receiam que o assignante ingenuo os abandone,
Se forem publicar taes cousas, taes auctores.
Arte? Não lhes convem, visto que os seus leitores
Deliram por Zaccone.

Um prosador qualquer desfructa fama honrosa,
Obtem dinheiro, arranja a sua coterie;
E a mim, não ha questão que mais me contrarie
Do que escrever em prosa.

A adulação repugna aos sentimentos finos;
Eu raramente falo aos nossos litteratos,
E apuro-me em lançar originaes e exactos,
Os meus alexandrinos...

E a tisica? Fechada, e com o ferro acceso!
Ignora que a asphyxia a combustão das brazas,
Não foge do estendal que lhe humedece as casas,
E fina-se ao desprezo!

Mantem-se a chá e pão! Antes de entrar na cova.
Esvae-se; e todavia, á tarde, fracamente,
Oiço-a cantarolar uma canção plangente
D'uma opereta nova!

Perfeitamente. Vou findar sem azedume.
Quem sabe se depois, eu rico e n'outros climas,
Conseguirei reler essas antigas rimas,
Impressas em volume?

Nas lettras eu conheço um campo de manobras;
Emprega-se a réclame, a intriga, o annuncio, a blague,
E esta poesia pede um editor que pague
Todas as minhas obras...

E estou melhor; passou-me a colera. E a visinha?
A pobre engommadeira ir-se-ha deitar sem ceia?
Vejo-lhe luz no quarto. Inda trabalha. É feia...
Que mundo! Coitadinha!

(Cesário Verde)

Obs.: para a devida apreciação da obra de Cesário Verde, poeta lisboeta falecido há 121 anos, obtenha o seu livro de muitos versos no Projeto Gutenberg. Leia poesia - mesmo que lhe custe algum esforço. Mas leia poesia - de qualquer forma leia.

Obs.: Pierre Zaccone, citado no poema, é um escritor francês falecido em 1895, tendo feito, em geral, romances policiais.

Obs.: Verifico, enfim, que já publiquei Cesário Verde, em janeiro deste ano. Ora, tanto a se mostrar, porque insisto na poesia de tão longínquo poeta?

Os olhos de Toulouse-Lautrec.


A verdade é que eu estava a procurar por vídeos relacionados ao grande e pequeno Toulose-Lautrec, um dos artistas que mais admiro - por razões diversas. Mas o acaso levou-me ao vídeo abaixo: uma apresentação de Ella Fitzgerald e Ray Charles, no afamado Moulin Rouge, com interpretação despojada de Route 66. E tudo aquilo que eu deveria dizer acerca da obra colorida de Lautrec acaba por se esvair de minha cabeça ainda mal acordada. Mas a questão é que esbarrei, também por acaso, à original Route 66, interpretada por Nat King Cole. E tudo ficou meio sem rumo. E tudo acaba por ficar assim: duas deliciosas versões do clássico de Bobby Troup, de 1946. E nada de Toulouse-Lautrec. Ao menos por enquanto.



Quebec


Os belos olhos da canadense Chantal Renaud e a canção Comme um garçon, sucesso em 1968.

terça-feira, junho 26, 2007

Coisas.


Não sei ao certo o que eu deveria me dizer, neste retorno ao blog. Nem sei ao certo se eu realmente deveria dizer qualquer coisa, feito a obrigação de cumprimentar um amigo que chega ou retorna. Nem sei se é certo ter um lugar em que se escreva tão pessoais observações, correndo o risco de ser redondamente criticado. Nem sei se é certo gostar de escrever o que ninguém mais suporta ler. Não sei. Nem sei nada. Mas durante a minha ausência - e foram três meses! - senti falta de olhar as coisas todas. Hoje por exemplo, andei a buscar por obras de Henri de Toulouse-Lautrec. Ora! Quanto regozijo, quanta apreciação. Este blog não é mais nada além de um grande desejo de revisitar coisas, com propósito. E tendo vivido os últimos tempos a mastigar e regorgitar as mesmas e tristes tragédias de FENICES, cujo mote principal é a morte e o aproveitamento da vida, vi-me bem longe do frescor de algumas visitações.

E disso tudo o que sei, é certo, é que há coisas que não nascem da vaidade ou do simples ocupar-se de coisas para burlar o tédio. Há coisas que são sem explicações rasas. Fazemos o que é necessário e, mesmo nos doendo o corpo, seguimos adiante - cansados e se desfazendo em mórbida preguiça. O primeiro romance foi escrito e, salvo engano abobado, será apenas o primeiro deles. Foi uma experiência bem dolorosa e sempre me via a pensar no que sentiu Dostoiévski durante a construção de Os Demônios. Como é que se é escritor sem uma enorme bigorna a nos despencar na cabeça? E mesmo que alguém venha a dizer que a experiência é incômoda pelo esforço da cabeça pouco fértil, devo logo declarar que o pânico vem mesmo das muitas revelações que o autor é obrigado a se fazer.

Talvez os leitores jamais saibam. Mesmo aqueles que eventualmente se dediquem ao meu livro, com fins acadêmicos, por algum motivo obscuro. Mas o livro é repleto de coisas que eu trouxe dos mais fundos cantos da memória. O medo da morte cresceu e eu por diversas vezes encarei tantos temores com a hombridade possível. Tudo porque havia em mim a vontade ou a precisão de dizer de tanto temor, que é meu e é de tanta gente.

Acima, uma das maravilhosas obras de Toulosse-Lautrec, o qual me servirá de assunto amanhã. Abaixo, um vídeo manjado e clássico, em que a história da arte vai passando diante de nossos olhos ao som de Bach. São coisas das quais me utilizei durante os últimos meses, quando a cabeça parecia fervilhar de tanta bagunça. Quando eu nada suportava, recorria às cores alheias - e a cor certa pode transformar a mente tomada pelo negrume da morte.


18

Seguindo com aquela lista que fiz há cerca de quatro anos, com as cem canções que mais me comoveram por esta minha desajeitada vida, ouçamos Blue Moon. Em verdade, a versão que naturalmente me tocou foi aquela explosiva, gravada por The Marcels, em 1961. No entanto, como a data é comemorativa e o mundo precisa de boas reminiscências, vejamos um vídeo muito bacana. Com a fulgurante Cybill Shepherd e o carismático Bruce Willis, um vídeo dos tempos de Moonlighting, série conhecida no brasil como A gata e o rato, ou algo que o valha. Brilhante.


Blue Moon
 

Blue moon, you saw me standing alone 
Without a dream in my heart 
Without a love of my own 
Blue moon, you know just what I was there for 
You heard me saying a prayer for 
Someone I really do care for 
And then suddenly appeared before me 
The only one my arms could ever hold 
I heard somebody whisper please adore me 
But when I looked that moon had turned to gold 
 Blue moon, now I'm no longer alone 
Without a dream in my heart 
Without a love of my own 
Without a love of my own, 
Blue moon 

(Richard Rodgers and Lorenz Hart)

Método.

Um outro grande e rápido esquete de Rowan Atkinson, cujo notório personagem, Mr. Bean, parece mesmo ter saído das cercanias de minha cidade. Não creio que tenha havido, aliás, personagem mais brasileiro criado por um inglês. Quem não carrega em si um bom punhado deste personagem que me jogue a primeira pedra.

A garota da capa.



Há tempos eu não me enrolo com o querido Adobe Illustrator para a confecção de nova capa para o arquivo e tenho mesmo os dedos a coçar, tamanha a vontade de passar parte do meu dia a me divertir em tão frívola tarefa. A moça que me servirá de modelo, neste recomeço, será Betty Brosmer, a moça das capas acima. Aliás, estas capas e outras podem ser encontradas aqui. Betty Brosmer é uma das mais interessantes pin ups da história e para muitas de suas belas fotos, visite este sítio.

Vida em Marte.

Pra esquentar, um sóbrio David Bowie canta Life on mars?, clássico irreparável.

Ufa! De volta.

Depois de uma tarefa hercúlea, estou eu de volta - certamente sem o mesmo ímpeto de outrora - a este querido blog, onde as neuroses ganham metáforas que mesmo o mais sabido dos leitores não pode flertar. Terminei FENICES, meu primeiro romance, com suas quase quinhentas páginas. É bem verdade que preciso ainda revisar alguns capítulos, mas não é fácil escrever uma obra, reescrevê-la em seguida e ainda revisar de imediato. O capítulo em questão está em minha bolsa e a qualquer hora me entregarei a ele. Mas sem neurose - afinal a publicação de tão obscura obra é coisa incerta e não sabida. A pressa seria uma inútil tolice.

De resto, a vida seguiu adiante. Mudei-me de casa novamente e o trabalho de funcionário público bem me remunera e enforca de tédio. A esposa continua bonita e teimosa, os meus cães continuam com os focinhos gelados e eu ainda me pego insatisfeito com o horizonte das coisas todas. Nada mudou e tudo mesmo mudou. Ninguém é o mesmo depois de escrever um tão radical romance. Mesmo que eu já tenha escrito um sem-fim de coisas desde os treze anos, nada roubou-me tanto.

Basta dizer, aliás, que eu sonhei seguidas vezes que possuía o mesmo infortúnio de meu personagem Gustave Firle. Um dia talvez o leitor saiba do que se trata. Talvez. Esta coisa de criar, mesmo que seja cercada de todo zelo e humilde genialidade, não vai garantir em nada o sucesso de tanto empenho. E para um sempre dramaturgo que resolveu se dedicar ao romance, a tarefa foi mesmo satisfatória. No momento mesmo, já me pego a imaginar o que farei no semestre seguinte - porque até lá, caros e imaginados leitores, eu dedicarei-me quase que exclusivamente à música. Há muito tempo, desde Em outubro, flores! (2004), não me dedico a compor. Tenho estudado piano e assim será.

Portanto, nesta terça-feira fria e opulenta, em que já me entupi desmedidamente de pães de queijo, volto a postar - certamente, repito, sem o mesmo ímpeto - neste meu colorido blog. Se houver ainda quem se lembre deste espaço, que compartilhe comigo de alguma coisa. Se não houver, a tal solidão de escrever seguirá também, com prazer e doçura. Os escritores - mesmo os piores - acostumam-se logo à solidão da arte.