Com uma bela imagem da modelo Geena Lee Nolin, um fim para esta semana sem tragédias, só de Carnaval, o qual me parece ter a força de parar inclusive a bandidagem. A próxima semana já deverá nos trazer alguma nova medida do Governo, do PCC ou do sistema financeiro para nos piorar a vida.
sábado, fevereiro 24, 2007
Saturday night live.
Loucura lúcida.
Em Cover Browser, todas as 500 capas da revista Mad editada nos EUA. São 55 anos de crítica aos costumes, à moral e à pouca lucidez do povo da América do Norte. E creio até que não haja magazine mais observador e sincero. Passeie pelas tantas e tantas capas e perceba o quanto as últimas décadas têm sido hilárias, beirando por vezes o ridículo.
sexta-feira, fevereiro 23, 2007
Quando o blogueiro, afinal, apela.
26
Flick of the Wrist
Dislocate your spine if you don't sign
He says I'll have you seeing double
Mesmerize you when he's tongue tied
Simply with those eyes oooh
Synchronize your minds and see
The beast within him rise
Don't look back, don't look back
It's a rip off
Flick of the wrist and you're dead baby
Blow him a kiss and you're mad
Flick of the wrist, he'll eat your heart out
A dig in the ribs, and then a kick in the head
He's taken an arm and taken a leg
All this time honey, baby you've been had
Intoxicate your brain with what I'm saying
If not you'll lie in knee deep trouble
Prostitute yourself he says
Castrate your human pride oooh
Sacrifice your leisure days
Let me squeeze you 'till you've dried
Don't look back don't look back
It's a rip off
Work my fingers to my bones
I scream with pain I still make no impression
Seduce you with his money make machine
Cross collateralise big time money money
Reduce you to a muzak fake machine
Then the last goodbye, It's a rip off
Flick of the wrist and you're dead baby
Blow him a kiss and you're mad
Flick of the wrist he'll eat your heart out
A dig in the ribs and then a kick in the head
He's taken an arm and taken a leg
All this time honey baby you've been had
(Freddie Mercury)
Acidente.
E teria inclusive um punhado de retórica para justificar a postagem mas, no televisor, um brilhante episódio do South Park me rouba completamente a atenção. E tudo ficará assim, como está. Sem pé. Sem cabeça.
quinta-feira, fevereiro 22, 2007
Mais projeto.
Projeto.
A diretoria.
Em 1991, Ridley Scott lançava seu sétimo filme, Thelma & Louise, obra emblemática e importante para a sua cinebiografia. O filme, afinal, não me parece nenhuma maravilha. Mas traz Susan Sarandon e Geena Davis em comedidas atrapalhações mandando a vida à merda. Ninguém poderá negar que se trate de uma obra marcante e em total sintonia com o início da década de 90, em que as conquistas pela liberdade, fruto de árduas batalhas morais e ideológicas ao longo dos anos 60 e 70, resultaram também em inconveniente desapego.
Trata-se do suicídio coletivo mais famoso da história do cinema, numa obra que envelheceu ou perdeu muito de seu sentido... Ou não. Como escrevi há alguns dias, o sobe e desce dos entendimentos pode bem voltar a elevar Thelma & Louise a diferente status. Se pudermos, naturalmente, ignorar a trilha sonora deslocada e os bobos moralismos de personagens que jamais foram ou serão revolucionários, ambígüos ou subversivos. Apenas levemente tolos e incoerentes - tal qual a grande maioria da humanidade.
quarta-feira, fevereiro 21, 2007
O método revelado.
Djavan é outro grande músico que já esteve bem em todas as zonas do inconstante gosto popular. Há quem "deteste" Djavan, hoje. Mas grande parte destes raivosos ouvintes certamente gostariam de Djavan, não estivesse o cantor tão associado ao seu público... Não sei se me explico bem. Sou um sujeito de gostar teimosamente das coisas - não me confundo em preconceitos. Sou apaixonado demais pela arte para cometer a bobagem de vê-la com romantismo. Mas volto a dizer - se é que já disse - que muita coisa do que se gosta, se gosta não pelo objeto em si, mas pelo público que dele já gosta.
Lembro-me de um dia ter conhecido um sujeito de cabelos compridos, camisetas pretas e fama de mau, mesmo entre os maus muito maus do mundo de "metaleiros" que havia em Osasco, nos anos 80. Estávamos numa loja de discos e formentamos uma daquelas conversas sobre a "existência" somente possíveis numa loja de discos. O tal sujeito era um reconhecido especialista do Heavy Metal e suas infinitas vertentes. Era uma "autoridade", mesmo sendo tão repulsivo à idéia de que autoridades existiam. Era, enfim, um sujeito de acostumadas batalhas sangrentas, envolvendo Skin Heads e Rappers.
Confidenciou-me (e logo a mim que nem seu amigo era) que gostava mesmo era de Roberto. Que uma singela canção, tal qual O portão, poderia bem fazê-lo chorar. Contou-me tudo com um tipo de pesar pesado, comovente, quase como se reclamasse de uma injustiça da natureza humana. Como poderia revelar que o próprio preconceito o impedia de desavergonhadamente gostar de Roberto, como também o impedia de gostar de Luiz Gonzaga, Dick Farney ou Chopin? Apenas me pediu segredo. Logo a mim, que nunca soube o seu nome. Soubesse, teria revelado tal segredo a todo mundo. Como não revelar tão bizarra carapuça?
Ouvimos (e vimos) Djavan e a bela Lilás. E revelo, sendo este o método: procuro por algo que eu queria ver (ou ouvir) e penso depois no que possa escrever, a fim de justificar a coisa postada. Penso, escrevo, penso, escrevo... Quase num não pensar - mas tão somente escrever. Feito andar de bicicleta pensando no movimento das nuvens. Vez ou outra tropeço, bato a cara, mas me recomponho - com um pouco de técnica, um pouco de malandragem, todo texto se remenda.
Desejava justificar a presença de Djavan, por aqui, hoje, e acabei escrevendo o texto acima. Nem sei ao certo o que escrevi. E, no momento, não tenho lá muito interesse em saber.
Quarta-feira de cinzas. E cinzeiros.
Obs.: Meu primeiro dia oficial de férias. Nenhuma saudade sentirei. E mais me cresce a certeza de que trabalhar é uma triste escravidão ridiculamente remunerada.