Vai chegando o fim deste ano. E natural que as semanas seguintes sejam de alguma forma especiais. Pra se fazer um certo balanço, talvez. Pesar na balança os momentos "I'm a loser" e os outros, em que fomos "I'm hero". Pesar e ver o resultado. E tirar disso algum proveito, seja ele qual for. E especiais porque chega o bendito recesso forense; porque é tempo de devorar sucessivos panetones e hora de gastar a grana do décimo-terceiro com grandes bobagens. E, sobretudo, porque é o momento do ano em que a humanidade tem o mais coletivo fetiche: as mamães Noel. Benditas as mamães Noel.
sábado, dezembro 09, 2006
61
Love of my life
Love of my life,
You hurt me,
You broken my heart,
Now you leave me
Love of my life can't you see,
Bring it back bring it back,
Don't take it away from me,
Because you don't know what it means to me
Love of my life don't leave me,
You've stolen my love you now desert me,
Love of my life can't you see,
Bring it back bring it back,
Don't take it away from me,
Because you don't know what it means to me
You will remember when this is blown over,
And everything's all by the way,
When I grow older,
I will be there at your side,
To remind how I still love you
I still love you
I still love you
Hurry back hurry back,
Don't take it away from me,
Because you don't know what it means to me
Love of my life,
Love of my life
(Freedy Mercury)
Obs.: para maiores informações sobre a banda, conheça o QueenOnline.
sexta-feira, dezembro 08, 2006
62
Reinstalada a ridícula esperança, segui adiante.
These Eyes
These eyes cry every night for you
These arms long to hold you again
The hurtin's on me yeah
But I will never be free
No my baby no no
You gave a promise to me yeah
You broke it - you broke it
These eyes watched you bring
My world to an end
This heart could not accept and pretend
The hurtin's on me yeah
But I will never be free no no no
You took a vow with me yeah
You spoke it - you spoke it
These eyes are crying
These eyes have seen a lot of love
But their never gonna see another
One like I had with you...
(Bachman/Cummings)
quinta-feira, dezembro 07, 2006
Propaganda.
A voz.
Abaixo, duas interpretações arrasadoras de Mercury, com Melancholy Blues e We are the champions. Dá perceber que não é pra qualquer um. Um grande vocalista se faz com bela voz, muita energia, algum rebolado e, sobretudo, um interminável repertório. (E quem discordar que escreva alguma coisa. A discussão pode ser boa.)
A mulher francesa.
Para os homens deste país sem-vergonha, um fetiche muito propagado é o da conquista intercontinental. Em verdade, já nos gabamos quando nos aparece uma paranaense ou, ainda mais além, uma rondonense. Mas uma francesa! Uma tcheca! Uma vietnamita! Isso é coisa para horas raras. Lembro de um brasileiro, tão brasileiro quanto eu, que gabava-se por ter arrebatado de paixão uma virgem uruguaia. Era chamado pelos colegas de "O transamérica". Rarará! Eu me divirto com essas lembranças toscas...
Mas especialista que sou, pergunto-me se há mesmo tanta diferença nesta maravilhosa maluquice que é a mulher; se uma ucraniana é, afinal, diferente de uma peruana. Sabe, leitor, diferente nos detalhes... Sophie Marceau é francesa. Nem sei se tem mesmo cara de francesa. Se alguém mo dissesse, há algum tempo, que era polonesa, eu não duvidaria. Será ela diferente, nos detalhes, de alguma mineira de Belo Horizonte?
Um velho que conheci há alguns anos, numa boa locadora de vídeo, e que já tinha rodado o mundo, declarava-me solenemente que havia uma "grande" diferença. Dizia-me, por exemplo, que as italianas do norte faziam coisas que uma argentina jamais imaginara. Que as americanas eram sempre péssimas, em qualquer quesito. Até na "companhia para uma pipoca". Que as brasileiras eram mesmo cheias de energia, despudoradas. Que as francesas eram distantes, como se o homem fosse afinal um objeto de decoração.
Eu, que sou um homem de amores regionais - tão regionais que acabei arrebatado pelo amor de uma prima do mesmo canto miserável do Terceiro Mundo - não tenho lá argumentos para contestar o que me disse aquele sujeito de cabelos brancos e ralos. Acho apenas que, seja onde for, o perfume será adorável. E, afinal, bom leitor, os gemidos na noite escura são universais como o gosto pela água. Como a sede.
Obs.: para fotos da atriz francesa, clique aqui. É bem pouco, mas há mais. Basta procurar pelo Google. Ou onde mais desejar. O mundo é mesmo muito grande.
63, 64 e 65
Além do horizonte existe um lugar
Bonito e tranquilo pra gente se amar
nanana.....
alem do horizonte deve ter algum lugar bonito pra viver em paz
Onde eu possa encontrar a natureza
Alegria e felicidade com certeza
Lá nesse lugar o amanhecer é lindo
Com flores festejando mais um dia que vem vindo
Onde a gente pode se deitar no campo
se amar na relva escutando o canto dos pássaros
Aproveitar a tarde sem pensar na vida
Andar despreocupado sem saber a hora de voltar
Bronzear o corpo todo sem censura
Gozar a liberdade de uma vida sem frescura
Se você não vem comigo, nada disso tem valor
De que vale o paraíso sem o amor
Se vc não vem comigo, tudo isso vai ficar
No horizonte esperando por nós dois
Além do horizonte existe um lugar
Bonito e tranqüilo
Pra gente se amar
Se você não vem comigo, nada disso tem valor
De que vale o paraíso sem o amor
Se vc não vem comigo, tudo isso vai ficar
No horizonte esperando por nós dois
Além do horizonte existe um lugar
Bonito e tranqüilo
Pra gente se amar
(Roberto e Erasmo
Please Please Me
Last night i said these words to my girl
I know you never even try girl
Come on, come on, come on ,come on
Come on, come on, come on, come on
Please, please me oh yeah, like I please you
You don´t need me to show the way love
Why do I always have to say love
Come on, come on, come on ,come on
Come on, come on, come on, come on
Please, please me oh yeah, like I please you
I don´t want to sound complaining
But you know there´s always rain in my heart
I do all the pleasing with you
It´s so hard to reason with you
Oh yeah, why do you make me blue?
Last night i said these words to my girl...
I know you never even try girl
Come on, come on, come on ,come on
Come on, come on, come on, come on
Please, please me oh yeah, like I please you
(Lennon & MacCartney)
O portão
Eu cheguei em frente ao portão, meu cachorro me sorriu latindo
Minhas malas coloquei no chão, eu voltei
Tudo estava igual como era antes, quase nada se modificou
Acho que só eu mesmo mudei, eu voltei
Eu voltei, agora pra ficar, porque aqui, aqui é o meu lugar
Eu voltei pras coisas que eu deixei, eu voltei
Fui abrindo a porta devagar, mas deixei a luz entrar primeiro
Todo meu passado iluminei, e entrei
Meu retrato ainda na parede, meio amarelado pelo tempo
Como a perguntar por onde andei e eu falei
Onde andei não deu para ficar, porque aqui, aqui é o meu lugar
Eu voltei pras coisas que eu deixei, eu voltei
Sem saber depois de tanto tempo se havia alguém em minha espera
Passos indecisos caminhei e parei
Quando vi que dois braços abertos, me abraçaram como antigamente
Tanto quis dizer e não falei e chorei
Eu voltei, agora pra ficar porque aqui, aqui é o meu lugar
(Roberto e Erasmo)
Aos 80 anos. Em duas partes.
Viver é bem fácil. Difícil é sobreviver. Viver é aquilo de andar sob a chuva e tomar sorvete de uva numa tarde de sol. Sobreviver é pior. Não tem muito de magia ou ilusão. É aquele dia após dia de lutar pela comida, pelo teto, pela água, pela grana, pelo básico. Pelo chão, diriam alguns. Uma luta repleta de inimigos e feridas. E grande é a luta contra os inimigos mais implacáveis: o tempo e a morte. De um lado é o corpo a envelhecer, as idéias. De outro, o medo da morte, que a qualquer segundo pode nos aparecer... Seja por um atropelamento, seja por uma escorregadela, seja por uma bactéria danada.
Chegar aos 80 anos é uma vitória contra tudo e todos, sobretudo neste caos paulistano, em que o trânsito, a violência e a poluição são verdadeiros assassinos seriais. E se eu chegar aos 80, com alguma migalha de lucidez, serei ainda mais orgulhoso de meu feito...
Porque a cada segundo sou convidado ao enlouquecimento. E creio até que cada um de nós é convidado, sempre. Alguns nem se dão conta. E seguem adiante.
2.
No fim do ano de 2005, escolhi os livros que eu leria durante o recesso forense. Escolhi Swift, Dostoiévski e Goethe. Agora, me pego a pensar no que lerei. Acabo de voltar de um bom sebo da rua José Bonifácio. E ainda pairo sob um punhado atroz de dúvida. Pensei num trio Faulkner, Kafka e Balzac. Um trio de muita força. Mas não sei. Ainda não sei o que vai me fazer bem, o que vai me orientar de algum modo... Ando meio desorientado e nada como umas pedradas de Kafka... Mas não sei. Aceito inclusive eventuais sugestões. Mas que a obra tenha mais de 80 anos. Afinal, é meio como a nossa própria vida. Uma obra qualquer que tenha sobrevivido por longos oitenta anos, de um modo ou de outro, merece mesmo muito respeito. Muita coisa desaparece todos os dias. E boas coisas aliás.
Mas da mesma maneira que não entendemos da morte, pouco entendemos da sobrevivência da arte. Nos resta acreditar que sobrevivem os homens mais fortes e as obras mais belas. O que, creio eu, é uma grande bobagem.
quarta-feira, dezembro 06, 2006
Innuendo.
Outra dica para a juventude.
66
Bee Gees está no limite. Menos que Bee Gees, para um bom sofredor, é apenas um frívolo barulho - não bastará para o bom maltrato do peito. E se o sujeito for daqueles de sofrer bastante, cruel aos montes, que ouça então Chopin, o mais triste dos gênios.
E há um ótimo sítio para uma rápida revisão da obra da banda. E verifique a discografia... Percebe-se um número razoável de bons álbuns. Sobretudo naqueles anos em que se lançava Pet Sounds e Sargent Peppers. Pena que a grande maioria conheça apenas o óbvio e jamais tenha ouvido, por exemplo, um disco estranho e difícil como Trafalgar.
If ever you got rain in your heart,
someone has hurt you, and torn you apart,
am I unwise to open up your eyes to love me?
And let it be like they said it would be -
me loving you girl, and you loving me.
Am I unwise to open up your eyes to love me?
Run to me whenever you're lonely. (to love me)
Run to me if you need a shoulder
Now and then, you need someone older,
so darling, you run to me.
And when you're out in the cold,
no one beside you, and no one to hold,
am I unwise to open up your eyes to love me?
And when you've got nothing to lose,
nothing to pay for, nothing to choose,
am I unwise to open up your eyes to love me
Run to me whenever you're lonely. (to love me)
Run to me if you need a shoulder
Now and then you need someone older,
so darling, you run to me.
Obs.: Antes que me acusem de qualquer preconceito, já sofri ouvindo Men At Work. Mas era só o primeiro dos muitos que apareceram. E nem foi tão cruel. Era Men At Work. Pior foi nos tempos em que eu ouvia Ary Barroso. Era bem doído.
E lembrei-me de um velho amigo que, naqueles tempos, sofreu ouvindo Metallica. Como era possível?
Outra dose.
E mais outra. Breaktrough. Quanta canção cheia de energia... o rock de hoje é tão anêmico... pobrezinho. Feito as modelos que andam morrendo de anorexia, anemia e sei lá mais o quê. Talvez os caras andem se drogando além da conta... Não, fosse assim o Mick Jagger estaria hoje sepultado... Nada com a autodestruição. Acho mesmo é que toda esta geração de roqueiros é feita por jovens que tiveram uma vida confortável, com toda sorte de danones e playgrounds. Falta mesmo um tipo de "menino carvoeiro violentado aos 9 anos que venceu na vida"... Hum... Nada disso. Os caras do Queen não me parecem sofredores endêmicos... Sei lá. O que sei é que falta muita energia para a música popular atual. E que eu não estou bem, neste exato momento, para fazer qualquer conclusão acerca de qualquer coisa... Preciso de um gole de cáfé...
terça-feira, dezembro 05, 2006
O invejoso.
Mas nem nos culpemos tanto. Algum maluco pode até se invejar do que temos e conquistamos. Para coisas até que nos pareçam naturais, fáceis. Creio até que exista, por toda a sociedade, uma rede de inveja que sustenta grande parte das nossas ações. O poeta tem inveja do melhor poeta. A mulher inveja os lábios ou os penteados de outras moças, querendo ter pra ela, ou nela, o que vê. E o mundo segue seu diário caminho.
Eu, que não sou um andróide, tenho lá minhas invejasinhas pequeninas. Nada assustador, nada fútil. Inveja tenho, por exemplo, de uns sujeitos que aparecem na platéia, nos dois eventos abaixo. Ouvem, simplesmente, Bohemian Rhapsody e Stone Cold Crazy. Filhos de uma égua. Malditos. Merda. Merda. Quanta inveja...
E são tantos os vídeos... Daqui a pouco, mais dois... Sei que é muito vídeo... Mas é Queen. E no nível do Queen, são poucos. E acima, então, caro leitor, quase nada. Apenas uns certos besouros. Alguém mais?
E o pensamento e a manga, rosa.
Há quem prefira outra fruta, é bem verdade. Não os culpemos. Se gosta, oras, que se há de fazer? Há quem goste é de caqui. Outros de figo. Outros até não gostam de nada! Como isso é possível?! Me espanto a cada dia... Nada é melhor que, numa noite fresca e úmida como esta, após um dia cheio de pânico e tarefas, chupar uma deliciosa manga. Rosa, doce.
67
My Prayer
When the twilight is gone and no songbirds are singing
When the twilight is gone you come into my heart
And here in my heart you will stay while I pray
My prayer is to linger with you
At the end of the day in a dream that's divine
My prayer is a rapture in blue
With the world far away and your lips close to mine
Tonight while our hearts are aglow
Oh tell me the words that I'm longing to know
My prayer and the answer you give
May they still be the same for as long as we live
That you'll always be there at the end of my prayer
Bacana.
segunda-feira, dezembro 04, 2006
A Rainha.
68 e 69
Drops.
domingo, dezembro 03, 2006
70
Something in the way she moves,
Attracts me like no other lover.
Something in the way she woos me.
I don't wanna leave her now,
You know I believe, and how.
Somewhere in her smile she knows,
That I don't need no other lover.
Something in her style that shows me.
I don't wanna leave her now,
You know I believe and how.
You're asking me will my love grow,
I don't know, I don't know.
You stick around now, it may show,
I don't know, I don't know.
Something in the way she knows,
And all I have to do is think of her.
Something in the things she shows me.
I don't wanna leave her now.
You know I believe and how.
(George Harrison)
Crônica Dominical
Na ocasião de uma certa tragédia pessoal, há muitos anos, eu, sem muito entendimento de muita coisa dessa vida, cometi a bobagem de me enraivecer, xingar aos quatro ventos, cercar-me de alguma braveza sem fim. Gritei, berrei, andei por quilômetros e quilômetros, pé após pé, cambaleante. Até me peguei batendo os braços numa certa parede, espancando-a, enquanto minhas mãos começavam a sangrar... E eu lhe pergunto, curioso internauta, pra quê?!
Não creio que tenha alguma utilidade qualquer tipo de auto fragelo. Mesmo que naquele momento eu soubesse que se tratava de uma fúria que não cabia em mim, não deixava de notar o quanto é inútil reclamar... Ora, a vida não é perfeita. Nunca é. Nunca.
Se o pudim no garfo vai, em direção à sua boca... e de repente cai. Acalme-se. Se as pratas voam para o seu bolso... e de repente somem, acalme-se. Se a noite era pra fazer inveja a Casanova... e de repente nada, acalme-se. Gritar ajuda? Chorar, beber, tremer... Pra quê? Até nos dá vontade... mas pra quê? Se não era para eu beber daquele leite, não vou chorar por ter-se derramado todo... Deixa pra lá. Logo eu esqueço. Como tantas e tantas tristezas que eu guardo num baú pesado e grande. De uns dez quilômetros. Do tamanho de minha cidade.