sábado, setembro 30, 2006

Quando o sábado vem.

A décima primeira semana termina. Nova capa. E cada vez gosto mais de fazer todas estas composições. Melhor será daqui uns meses. Ou quando eu já tiver publicado o número 100. Os meses passam rapidamente. Tudo tem passado rapidamente. Bem certo que antes de perceber, terei feito o número 500.

sexta-feira, setembro 29, 2006

Rei Orbison. E a pequena confissão.

Eu sempre quis me definir, sem presunção e sabendo da possível proporção, como um compositor que seria a mistura caprichosa de Roy Orbison e Carlos Lyra. Naturalmente, estou longe das maravilhas destes grandes sujeitos que me influenciaram até a medula. E serei eternamente influenciado pelos dois, às vezes tomado pelas lágrimas, às vezes pela inveja, às vezes por um carinho de quem é amigo e, passa ano, sai ano, está lá sempre junto dos mesmos companheiros, que sabem segredos e jogam conversa fora, sabem da tristeza de cada verso e nota. Não sei ao certo o porquê, mas a obra de ambos me faz um bem danado.

Pra terminar a semana musical, Roy Orbison obviamente "apavora" com Blue Angel. E a vontade agora é correr para o violão, mandar um dó maior e entoar os cânticos que aprendi há muitos anos atrás.

Em equipe.

Imaginemos um dream team. Não aquele que tivesse Zico, Pelé e Romário. Nem daqueles de colocar num mesmo quarto as mais formosas deusas de algum panteão. Mas um time dos sonhos da música americana no século XX. George Harrison, Bob Dylan e Roy Orbison, entre outros nomes menos elementares, formaram, quase como uma brincadeira, o grupo Traveling Wilburys. Lançaram tão somente dois LPs, mas deixaram uma marca preciosa lá pelo final da década de 80 que bem mata de saudade todo sujeito que... Bem, o que nos importa é que logo inventaram o Youtube e os fones de ouvido. Assim, podemos ouvir Handle with care umas vinte vezes e ninguém nos perturbará. Ufa! Que belezura de música!

Portinari.

Há 103 longos anos nascia Cândido Portinari. Para celebrar a data, ocioso leitor, visite o Projeto Portinari. Um sítio que não deve nada àqueles dedicados aos pintores franceses e espanhóis. Até se deve louvar o projeto, que conta com milhares e milhares de obras de Portinari, artista cuja obra também não deve nada àquelas de franceses e espanhóis. E é de se espantar: neste país danado e safado é muito raro encontrar iniciativas deste gênero. Ou melhor esclarecendo: iniciativa há, falta-nos a verba. Um viva ao aniversário do mestre.

quinta-feira, setembro 28, 2006

O topo. A dívida.

O topo da arte musical esteve em Wolfgang Amadeus Mozart.

E caminhando por aí, meio sem lenço e documentos, encontrei um sítio alemão que merece a atenção de qualquer criatura inteligente deste planeta. Ouça ou faça download de quase toda a estarrecedora obra que há mais de duzentos anos vem encantando ouvintes dos mais diversos. MOZART-TOWER tem maravilhas, imaginado leitor.

Mozart nos eleva. Nos faz melhor. Nos faz invariavelmente melhor. E muitas vezes, se tudo nos parecer estéril, Mozart vem salvar as imagens todas, vem fertilizar as idéias. Mais que músico, ele sempre foi um estimulador de imagens e catarses. Amantes, suicidas e artistas devem muito à genialidade de Amadeus.

Eu devo muito. Em grande parte dos caminhos percorridos, desajeitado como sempre, tive a companhia daquele que eleva. Escrevi centenas de páginas ao som de algum quintento; imaginei melhores amores ao som de alguma serenata; busquei na mente melhores lembranças e desejei todo o êxtase possível ao som daquela Sinfonia n.º 21.

Creio até, sem qualquer exagero, que basta Mozart para a redenção de toda essa desengonçada raça humana.

quarta-feira, setembro 27, 2006

Ou vá chorando.

Pra fechar a noite vazia de quarta em que revejo pela 45° vez Noite Vazia, clássico brasileiro de Walter Hugo Khouri, seguimos a homenagem à bela voz de Roy Orbison e sua Crying. Belezura de música, num vídeo que até me lembra alguma noite vazia de outrora.

Então veja.

Jamais vi bonecos tão bizarros. Mas me divirto com eles. Talvez compre um exemplar para dar de presente a alguém, em seu aniversário. Veja a coleção aqui.

Ria agora. Talvez.

Essa coisa de rir nos faz lembrar de alguns sujeitos. Entre eles o gênio Jerry Lewis. Abaixo uma cena de uma de suas obras-primas, The Ladies Man. Que nem é de gargalhar. Mas é de um bom gosto total.

Ria.

Pra viver é melhor sempre rir. O problema é encontrar motivo. O Mundo me parece mais sisudo a cada ano. As piadas cada vez mais raras. As conversas bêbadas entre amigos vivem rareando. Eu, apesar das aparências, não sou de escrever alegrias ou piadinhas e meus textos nunca fariam ninguém sorri.

Creio eu.

Sei de casos saborosos. Amigos vivem cada non sense que a literatura jamais imaginou. Seria interessante contar alguns casos. Mas eu pouco me exercitei ou tentei uns textos que chacoalhassem a pança alheia. Nunca me deu vontade. E sei que é bom fazer alguém dar uma boa risada, mostrar os dentes. Bom mesmo. Eu me lembro bem das gargalhadas que o bendito Cervantes me deu. O livro às vezes até caía de minhas mãos. Era o riso de encanto, riso do ridículo. Era a edição pesada, volumosa.

De repente deu-me uma boa vontade de escrever uma comédia. Bem um Don Quixote destes tempos de Internet. Hum... penso num personagem alter-ego que seria aquele louco que eu aprisiono a muito custo. Um sujeito que faz tudo o que eu jamais faria enquanto tiver alguma razão na cabeça. É perder o senso, enlouquecer seja lá por qual motivo, que eu logo me transformaria neste Mr. Hyde. Mas nada de sair rasgando dinheiro. Apenas um maluco das palavras, sem seriedade alguma. Descrente até os ossos. Um boca suja, talvez.

Escrevo, por ter ainda a sanidade, como se estivesse a fazer um bolo, cheio de recheio de pêssego e cobertura de glacê. Com cuidados excessivos. Respeitando em demasia os olhos leitores. Pensando na beleza da obra. E somente pensa na beleza da obra quem ainda tem alguma esperança ou alguma amabilidade. Quem tem a loucura, o desespero, o desapego, jamais pensa no belo, jamais ajusta a moldura de um quadro que nunca é tranqüilo.

Se a loucura vier, serei o escritor do grotesco e da velha sacanagem. Se não vier, continuarei com o lirismo e melancolia de personagens que sorriem somente se estiverem tomados por alguma loucura.

A crítica aos críticos.

José Ramos Tinhorão e Inácio Araújo são exemplos de críticos que ninguém suporta mas que seguiram, nunca se soube bem o porquê, com as suas críticas toscas por um longo tempo. Em geral, as críticas de arte devem seguir um certo bom senso, uma certa educação, uma certa paciência. Nada disso se encontra nas avaliações feitas pelos personagens citados.

Não penso em rasgar o jornal quando leio as piores mazelas do mundo. Mas quando me deparo com algumas críticas em que o sujeito avalia o "se", chego a tremer. Inácio Araújo chegaria a associar Dumbo ao malfadado "11 de setembro". Não sei ao certo, mas há deseducados que bradam com a Razão encarnada. E nem digo de chutar cachorro morto, como dizer que "a Banda Calypso é pior que o pior pesadelo que a MPB poderia ter". Digo apenas de respeitar as apostas alheias, os caminhos desejados. Procurar, até, compreender o que um artista procura, antes de sair jogando pedra. O tal Tinhorão, o velho rabugento , o Gargamel das análises musicais, condenava muito do que... Deixemos os fantasmas para outra hora.

Difícil imaginar que alguém, em sã consciência, tenha feito pesadas críticas ao disco Construção, lançado por Chico Buarque em 1971. Ontem eu o ouvi, desde o começo até a última nota. Abre com Deus lhe Pague. Segue com Cotidiano. Passa depois por Construção e Minha História. Cada arranjo, cada letra, tudo me parece perfeito. Tudo bem que apesar dos pesares eu não seja afinal um crítico de merda nenhuma. E nem deveria sair malhando os críticos citados. Mas que são criaturas desagradáveis, tenho certeza.

Deus lhe pague.

"Por esse pão pra comer, por esse chão pra dormir
A certidão pra nascer, e a concessão pra sorrir
Por me deixar respirar, por me deixar existir
Deus lhe pague

Pelo prazer de chorar e pelo "estamos aí"
Pela piada no bar e o futebol pra aplaudir
Um crime pra comentar e um samba pra distrair
Deus lhe pague

Por essa praia, essa saia, pelas mulheres daqui
O amor malfeito depressa, fazer a barba e partir
Pelo domingo que é lindo, novela, missa e gibi
Deus lhe pague

Pela cachaça de graça que a gente tem que engolir
Pela fumaça, desgraça, que a gente tem que tossir
Pelos andaimes, pingentes, que a gente tem que cair
Deus lhe pague

Por mais um dia, agonia, pra suportar e assistir
Pelo rangido dos dentes, pela cidade a zunir
E pelo grito demente que nos ajuda a fugir
Deus lhe pague

Pela mulher carpideira pra nos louvar e cuspir
E pelas moscas-bicheiras a nos beijar e cobrir
E pela paz derradeira que enfim vai nos redimir
Deus lhe pague."

(Chico Buarque)

Aliás, agradável leitor, visite a página oficial de Chico Buarque e se divirta.

Jennifer Connelly: o modelo.

Moça elegante. Atriz segura - ganhadora de um merecido Oscar, em 2001. E desde os tempos de Labirinto, o clássico juvenil que reunia duas geniais figuras do mundo POP, David Bowie e Jim Henson, o criador do Muppets, Jennifer Connelly tem uma legião de criaturas que a respeitam e veneram. Para rever imagens e sei lá mais o quê da morena de rosto irritantemente irretocável, visite este ótimo sítio. Abaixo, seguindo com Roy Orbison, I Drove All Night, em que notamos a presença sempre bem recebida de Jennifer Connelly, modelo de mulher destes novos tempos - de alguma maneira como foi também Audrey Hepburn, há algumas décadas.

terça-feira, setembro 26, 2006

Dalí, o salvador.


Já que me vi obrigado a falar dos sonhos, nada mais justo apreciarmos a obra de um dos principais artista do século XX, Salvador Dalí, um sujeito que, embebido das idéias transformadoras da psicanálise, do cinema e de todas aquelas boas conquistas dos homens bravos do século XIX, criou um universo pictórico que bailava entre o onírico e o absurdo da vida. Há um sítio com tudo o que artista espanhol fez. Chega a ser exagerado. Creio até que algumas horas não bastariam. Meio como a obra de Salvador Dalí, que é mesmo grande, em todos os aspectos.

Estranheza.

Seguindo com a semana em louvor ao mestre Roy Orbison, um belo e realmente belo vídeo da canção She's a mistery to me. Tudo muito sutil. Tudo muito exato. Aliás, confesso quebrar a cabeça para colocar os vídeos musicais desta semana. Qualquer um que encontre, tendo Roy Orbison, é bom. Muito bom. Que saco! Roy Orbison é um grande sujeito. É preciso mesmo toda a tristeza para que o poeta seja assim tão bom? É preciso, como ele, ter passado por maus bocados, para se conhecer as melhores poesias? Minha vida anda boa demais e isso me preocupa: será que o talento é inversamente proporcional aos desencontros? Hum... Diria-me aquele meu amigo despachado que isso é uma tremenda besteira. Que há gente demais no mundo que vive na merda e que nem por isso saem a cantar maravilhas. Diria-me que talento pode viver em plena alegria, contanto que olhe às vezes para o interior do velho baú, em que repousam as tristezas todas - mesmo as esquecidas.

Um sujeito influenciável.

Há pouco ouvi um disco todo de Al Green. O dia estava até bonito, com um vento forte que bagunçava os cabelos lisos, Sentia-me até elegante, com meu terno velho e decadente. Mas fiz a besteira de ouvir o disco todo de Al Green. Lá pela décima faixa eu já pensava no que a vida tem de pior. Quando o disco terminou até senti certo alívio. Mas foi um segundo apenas de silêncio. O que vinha depois era ainda mais perturbador para um ouvido influenciável como o meu. Logo surge Aretha Franklin com a lâmina Drinking Again. Eu estava já nas melancolias pós-almoço e cheguei a pensar em sair correndo pela Praça da República, a declarar que a vida é pura bosta enfeitada de açúcar. Mas felizmente a pilha alcalina naquele instante perdeu suas forças e o silêncio se fez. Meu tocador de mp3 de repente ficou frio como se estivesse mesmo morto. Eu começava, enfim, a perceber um dia melhor.

A música pode ferir. Pode até tornar mais nublado o dia, tristonho - e o ouvinte sente-se mesmo um privilegiado. Até sorri.

O sonho dos tolos.

Esta noite fui levado por sonhos dos mais interessantes e somente acordei às 10 horas. E neste horário eu deveria estar trabalhando, tomando café e ouvindo as canções suaves que o rádio transmite. Deveria já estar ao telefone, atendendo toda sorte de jornalistas sedentos por qualquer notícia. Mas eu sonhei demais e quem sonha demais perde o trem que leva para o outro canto da cidade.

Eram sonhos fundos, de boa tonalidade. E quase sempre o são. Todas as noites e manhãs, povoadas por imagens estranhas, tenho a interrupção do despertador, feito um aborto dolorido, que me levanta num susto. Um susto que demora algum tempo pra passar. Depois de uns quarenta minutos, enfim, eu começo a pensar sem confusão. Em geral, a clareza me vem depois de ler parte do jornal, de comer um pão de queijo e enfrentar o trem barulhento.

Mas hoje não houve despertador. Acordei naturalmente, sem susto. E ainda agora, mais de duas horas depois, ainda me encontro atado àquela cama quente que me embalava e embalava também o corpo plácido de minha mulher. O sono me reduz o chão, põe-me um filtro amarelo na frente dos olhos. Minhas pernas e braços estão mesmo pesados e tenho me espreguiçado a cada dois minutos.

Isto me lembra um daqueles sonhos coletivos: ficar milionário pela loteria. Há quem considere uma bobagem. Há quem jogue demais. Eu, vez ou outra, sem esperança - afinal sou daqueles que vê maracutaia forte em qualquer lugar em que o dinheiro é grande - faço também algumas apostas. Sem muita crença, sonho com os milhões que me permitiriam dormir por toda a manhã. E a imaginação vai longe: imagino os detalhes. Os prazeres, os investimentos, as desforras. Tudo me parece bom neste exercício de criatividade vazia.

Imagino o meu envolvimento com uma produtora artística, que investirá em espetáculos de teatro e música. Penso em quais amigos cuidarão da direção artística, quais serão meus secretários, quais beberão uísque Blue Label em meu escritório, enquanto planejamos a nova revolução cultural deste país. Penso na piscina azul em que minha mulher e alguma amiga passarão as tarde de ócio. E eu longe do sol, a ver a beleza da vida. Bem longe do sol.

Quando me dá na telha acordar do transe, chego à conclusão que a vida seria outra e eu não desejaria mais dormir. Não me interessaria pelo sonho em demasia. Do meu escritório haveria uma larga janela e, por ela, eu assistiria o mundo, o céu, a piscina. Sonharia acordado, pensando que o tempo poderia, finalmente, andar um pouco mais devagar...

segunda-feira, setembro 25, 2006

Fetiches. Outra vez. E Roy Orbison.

Ora, depois da Mamãe Noel, sonho de consumo de todo homem ocidental, temos um outro fetiche, nascido ainda nos primeiros anos de vida: as super-heroínas salvadoras do mundo. Eram os gibis e programas de TV a nos propor as curvas e a audácia de belas mulheres. Um bom exemplo é a inconfundível Linda Carter, intérprete carismática da personagem Mulher-Maravilha. Recomendo um bom sítio, com vídeo e imagens da bela amazona da DC Comics. Para mais fotos da atriz, aqui. Abaixo, continuando com a semana de homenagem ao mestre Roy Orbison, uma de suas canções mais manjadas. Pretty Woman, e desta vez com imagens de Linda Carter e seu chicote mágico que faz qualquer um dizer a verdade.

domingo, setembro 24, 2006

Nos sonhos.

In dreams. Grande poema que abre a semana musical que será toda ela dedicada ao mestre Roy Orbison, expressão máxima do lirismo romântico do século XX.

Crônica Dominical

O sonho é grátis. E desde bebê a gente sonha. Todas as noites. Ou quase todas. E nestes sonhos somos parte de um absurdo. E nós mesmos, vez ou outra somos mesmo a parte mais absurda do onírico. E sonhos muitos virão, nos mostrando de outro estranho jeito. E há tipos de sonhar. Há o sonho que é bom.; o sonho que é nada; o sonho que é mais pesadelo; o sonho que se tem na bebedeira; o sonho que a gente de tem de pé, acordado, olhos abertos, bem abertos.

Há o sonho que a gente nem tem, mas nos acompanha por toda essa merda de vida; há os que não são nossos mas a gente toma, por amor ou por inveja. Há o sonho daquele que crê não sonhar, estéril e ainda mais absurdo. Na cabeça cabem todos e tantos sonhos, que se repetem e se confundem, se transformam em outros na cópula dos mistérios.

Houve uma vez um poeta, também nascido, como eu, aos vinte e seis dias do décimo mês, que cunhou “Viver é melhor que sonhar”. Essa frase me assustava e ainda assusta. Penso na vida que é melhor que o melhor dos sonhos... Quem a terá pra viver, esta vida que não teria a parte pior, a parte das mazelas? Onde se vive assim? O sonho é melhor que a vida – assim sempre me deu de pensar. Sempre, a ter o sonho exatamente como a melhor coisa que o mundo nos deu; a arte que a gente faz sem querer; a razão real desta vida. Viver para sonhar: os mais belos sonhos pertencem às melhores pessoas, às mais belas vidas.

Sempre acreditei que o sonhar era a parte boa desta caminhada. Mas o poeta assim não pensa. Crê na vida real como o doce mais saboroso. Doce que fica amargo, vez ou outra. Vê a vida, com todos os seus muitos humores, como o sonho que se fez possível.

O poeta deve ter a razão. Penso na triste gente que conheci. Gente cujos sonhos eram assim enfeitados de açúcar. Mas eram sonhos amargos, veementes desiludidos, sem qualquer cor de esperança. Sabemos todos que era o sonho que lhes cabia, que os permitia suportar o peso do existir, tão cansados estavam. Penso nos sonhos que ainda me restam. Em como ainda são tolos como aqueles da infância. Penso que tudo tem sido bom, muito bom de se viver. Quase chego a ser otimista. Ou até o sou. Enquanto na cabeça eu tiver sonhos, sinto que tudo vai seguindo numa boa.