
Passa dia, passa mês, passa ano, passa vida, mais o mundo corre, mais esta sociedade ganha novos ares, com tecnologia e miséria coexistindo aos montes, mais é necessário se entregar à leitura de clássicos livros, de romances que investigaram esta coisa esquisita que é o ser humano. Mesmo que nesta
internet muito se possa ver, muito se possa conhecer, e mesmo que a televisão nos dê muita informação, por meio de seus bem barbeados jornalistas e comunicadores, todos sempre bem barbeados!, e mesmo, por fim, que se leia os jornais todos, sobretudo aqueles de muitas páginas e farto peso e colaboradores distindos e notórios, nada nos faz tão bem, nem por uma única fração, quanto à leitura de um grande e maravilhoso livro.
Vez ou outra, queixam-se a mim, este professor de língua portuguesa não-praticante, das dificuldades com a escrita e de como não é fácil se escrever e isso e aquilo, mas eu não tenho mesmo qualquer outra resposta, além desta: leia, ó criatura de olhos cerrados! Tão bem nos faz, por nos aprimorar a crítica, o pensamento, a escrita e a leitura seguinte, e nos dando, em acúmulo, mais e mais consciência para a compreensão de todo este mundo externo - uma vez que o interno, sei não se é compreensível, seja porque via.
E ainda há o prazer - um duplo prazer, de se regozijar com a história e com a simples dificuldade vencida de se ler uma obra que nos ofereceu dificuldades e questionamentos dos mais diversos. Na semana passada, tive a delícia de ler
Ivanhoé, romance estonteante de Walter Scott, maravilha com Robin Hood e Ricardo Coração de Leão. Nesta semana,
O Asno de Ouro, obra de Apuleio, um dos mais interessantes e engraçados livros da história da literatura, alegrando leitores desde o século primeiro depois do surgimento daquele tal Cristo nazareno. Mas não estou, ó meus imaginários leitores, a fazer disso qualquer auto-elogio. Apenas posso afimar que, pelo prazer obtido, venci os bobos obstáculos que me cercavam.
Entrentanto, a verdade seja reafirmada: pareço um pobre Quixote, a defender a leitura, neste país de muita preguiça e hipocrisia. Tanta gente vive a arrotar que isso e aquilo, alguns inclusives, para a minha mágoa, professores de português, também incapazes de se dedicar à leitura! E alguns, com força de bradar que são espertos, repuldiam a leitura, como se esta fosse mesmo tarefa de desocupados e ociosos.
E sem o propósito de me repetir, uma vez que já escrevi tal coisa uma centena de vezes, termino a conversa, que hoje é sexta-feira e não quero rancor intelectual, sendo melhor ter resignação onde deveria haver inconformidade. Assim, recomendo hoje a leitura dos livros abaixo, disponíveis para
download. Apesar de, naturalmente, recomendar a leitura em papel, por centenas de motivos. Mas que o custo da aquisição de um livro, para aqueles de bolso vazio, não sirva de desculpa.
A foto acima é de Visconde de Taunay, bravo escritor do delicioso Inocência. Para baixar esta obra realmente agradável, clique
aqui.

Um romance de cavalaria fabuloso é
Eurico, o Presbítero, de Alexandre Herculano. Para baixá-lo, clique
aqui.

Por fim, se o leitor desejar mistério e suspense, com linguagem mais acessível, conheça o gênio João do Rio e o seu fundamental
Dentro da Noite.
Aqui.
Obs.: ainda, se houver inocente que não saiba, há uma coisa chamada
e-book, livros para serem baixados. O
Igler e o
Livro para Todos são dois bons exemplos.