Vez ou outra vejo um texto meu perdido em blogs alheios - os quais estão sempre acompanhados de meu nome, embora seria justo que houvesse o meu nome e o endereço deste blog. Provavelmente haverá textos meus sem indicação de autoria, numa calhordice natural nestes tempos em que é difícil saber quem é o pirata e quem é o caçador de pirata. Pois assim seja. As palavras voam.
O que me tem tirado meio segundo de sono, por estas noites, é justamente esta frivolidade verbal e nada me parece mais justo: escrever para quê, se o tempo é de pensar cuidadosamente? Pois se eu gostaria mesmo de meter a metafísica na conversa. Gostaria mesmo. Falar dos mistérios da memória que parece se lembrar de tanto, falar dos desassossegos. E das galáxias todas, das bacias hidrográficas, do vento e seus manejos, da experiência humana diante de tudo. Gostaria de discutir em público o mistério dos mistérios. E o que é que me vem, então, quando a hora seria de teclar tal um alucinado? O vazio do silêncio destrói toda a resposta - aliás, o silêncio é a não-resposta. Que revelação primordial deveria ser revelada em completo silêncio de olhos, neste mar imenso e irreal que é a internet?
Pois eu mesmo nem tenho procurado por cantos onde uma discussão efetivamente mais madura esteja ocorrendo. Haverá, afinal? Todas as coisas encontradas me levam a frivolidades, a passatempos, coisas leves de não interferir no pensamento. Será este o caminho para se evitar o já citado silêncio? Embora eu queira um milhão de vozes, não as quero a repetir as bobagens já repetidas. Pois é utopia da minha platéia: gente que se percebe na imensidão do mundo, sendo humana e curiosa. Ah! grande bobagem a minha. Uma bobagem de velhos tempos. Tanto a dizer de espetacular e nenhum olho.
Chamar a atenção com fogos de artifício? Implorar? Nada. O senso me pede para esperar ainda um pouco mais. Chegará um dia em que o messias de coisas incontadas aprisionado em minha língua não mais se importará com o silêncio e escorrerá na maior verborragia já pensada.
Pois eu mesmo nem tenho procurado por cantos onde uma discussão efetivamente mais madura esteja ocorrendo. Haverá, afinal? Todas as coisas encontradas me levam a frivolidades, a passatempos, coisas leves de não interferir no pensamento. Será este o caminho para se evitar o já citado silêncio? Embora eu queira um milhão de vozes, não as quero a repetir as bobagens já repetidas. Pois é utopia da minha platéia: gente que se percebe na imensidão do mundo, sendo humana e curiosa. Ah! grande bobagem a minha. Uma bobagem de velhos tempos. Tanto a dizer de espetacular e nenhum olho.
Chamar a atenção com fogos de artifício? Implorar? Nada. O senso me pede para esperar ainda um pouco mais. Chegará um dia em que o messias de coisas incontadas aprisionado em minha língua não mais se importará com o silêncio e escorrerá na maior verborragia já pensada.
Assim eu terei finalmente o rio de coisas a correr, construindo um enorme e edificante cânion que chegará em distância de coração não ver. Tudo o que sei, meu inexistente leitor, é que eu nasci para dizer mais - sou um escritor das aflições - e o direi. Talvez seja uma estúpida sensação, alguma ilusão comum aos da minha estirpe. Talvez, não. Mas o que me dá nas idéias é que tenho um novelo todo, de tamanho fantástico, aguardando a hora certa para ser desenrolado. Um novelo de lã que a garganta guarda, enquanto o planeta segue seu navegar, nos carregando para longe.